Fatos e Argumentos
Na história, podemos levantar inúmeros exemplos de homens de convicção. Eles acreditam nos seus trabalhos, nas suas ideias e a elas se agarram ferrenhamente. Tão ferrenhamente que muitas vezes não conseguem enxergar que o rumo mais correto a se tomar é simplesmente adaptar suas convicções.
Estou falando de homens que fizeram história por suas convicções: Hitler, Napoleão Bonaparte, Bill Gates, entre tantos outros.
Marcelo Oliveira é um destes homens de convicção forte.
Não importa se a torcida inteira do Coritiba, a diretoria, a mídia, qualquer pessoa que enxergue futebol perceba que seu conservadorismo é fortemente prejudicial, Marcelo se agarra a isto como se fosse o único caminho possível em seu destino.
No entanto, Oliveira tem créditos e argumentos fortíssimos para defender sua maneira de pensar: a invencibilidade que rendeu um lugar no Guiness ao Coritiba, o vice na Copa do Brasil, a quase-classificação à Libertadores pelo Campeonato Brasileiro, as goleadas em grandes times nacionais (Palmeiras, Botafogo) e o reconhecimento mundial pelo seu trabalho que o fez ser eleito o 14° melhor treinador do mundo.
O que procuro novamente tentar fazer entender é que Oliveira não precisa rever todo o seu rumo, não precisa ir para a esquerda em vez de continuar pela direita. Precisa sim alinhar sua bússola no sentido de tornar o Coritiba de 2012 uma equipe competitiva em âmbito nacional, coisa que hoje não somos.
Marcelo, o 14° melhor treinador do mundo, precisa entender que suas convicções são primordiais para o seu futuro como treinador de renome e para o futuro do Coritiba como almejante a glórias nacionais.
Por outro lado, nosso técnico precisa constatar que há uma tênue diferença entre convicção e teimosia. Boa parte da torcida já detectou isso.
Jogar com 2 zagueiros, Lucas Mendes (um quase-zagueiro, quase-lateral), Junior Urso, Djair e Gil é jogar com 60% dos jogadores de linha defendendo. Não é de se estranhar o baixo rendimento do time ofensivamente. O argumento de ser o melhor ataque do campeonato também é falacioso pois grande parte dos gols vieram dos defensores em jogadas de bolas paradas.
O Coritiba de 2011 encantou o Brasil com seu poder ofensivo, com meias criativos e atacantes eficientes. Mas é inegável que o esquema 4x5x1 vai contra todas estas convicções, especialmente da forma que está sendo executado. Mesmo com 5 meias, o Coritiba não consegue criar jogadas e tampouco segurar a marcação no meio-campo.
Em 2012, o elenco e as circunstâncias são outras e o rumo a ser tomado precisa ser realinhado. Ou alguém ainda tem alguma dúvida disso?
Repito, por que não um 4x4x2? Dois volantes, dois zagueiros, dois meias e dois atacantes. O be-a-bá do futebol, mas que parece se adequar às nossas circunstâncias.
Marcelo, siga tuas convicções que elas ainda podem nos levar muito longe, porém não seja tão agarrado a elas a ponto delas te levarem para trás. O equilibrio é o que deve mover nossas decisões. Perceba quando você deve seguir em frente e quando deve mudar de direção.
Alex Meger de Amorim
Twitter: @AlexMeger
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