
Fatos e Argumentos
Essa foi a “cara” do Coritiba neste domingo.
Um futebol apático e desleixado como de quem já antevê um futuro negro em 2013.
O início de Marquinhos Santos no Coritiba renovou as esperanças da torcida de que seria possível extrair leite de pedra. Mas ficou só no achismo, até o momento.
Dentre os inúmeros problemas que enfrentamos e enfrentaremos ao longo deste ano, levanto alguns que entendo serem cruciais, no entanto, ainda, reversíveis.
A saída de bola
A saída de bola do Coritiba está bisonha. Me esforcei para procurar outro adjetivo, mas entendo que este é o que melhor descreve.
A sensação de desleixo dos atletas ao se desfazerem da bola irrita. O segundo tempo da partida contra o Sport mostrou isso. O time da casa pegava a bola e fazia uma blitz sempre conseguindo a finalização. Como a bola sempre caía em Vanderlei, seja na mão ou no tiro de meta, este exibia toda sua força muscular ao “meter o bicão” para o mais longe possível.
Foi infernal assistir o segundo tempo contra o Sport. Pedir para tomar um gol é uma coisa, o Coritiba implorou aos céus, ajoelhou, rezou e mandou mil cartinhas para o Papai Noel para tomar o seu gol. O resultado injusto seria o empate...
Qual é o problema em sair tocando a bola? Por que nenhum meia vem buscar jogo?
Quando os meias não buscam o jogo, quem tem que sair com a bola são os zagueiros ou volantes. E o resultado acaba sendo muito semelhante ao desempenho de Vanderlei nos lançamentos.
Este problema crônico também ocorreu contra o Santos, Atlético Goianiense e Flamengo. O Coritiba é uma das equipes que menos mantém a posse de bola no campeonato e esta é, na minha opinião, a principal causa dos maus resultados.
Em 2011, inversamente, o Coritiba sempre possuía mais posse de bola que o adversário.
Percebe-se claramente que não somos uma equipe inteligente. Quem quer segurar resultado, segura a bola, leva a bola até a linha de fundo, recebe a falta, ganha escanteio. Não fica simplesmente rifando a bola adoidado contando com a incompetência de finalização do adversário.
Jogar no contra-ataque tendo a pior defesa do campeonato não me parece outra atitude muito sábia.
Apesar de Marquinhos estar a poucas semanas com o elenco, entendo que esse é um papel do treinador corrigir sim, urgentemente. Como? Entendo que um treino intensivo de saída de bola, simulando uma pressão do adversário, ajudaria.
Ademais, os melhores desempenhos do time se dão quando a marcação é adiantada e a pressão é realizada sobre o adversário. Por que isso não aconteceu nesta partida?
Contusões
Outro problema crônico...
O que acontece com o Coritiba? Não consigo acreditar que seja uma coincidência...
Fiz um levantamento por cima e segue o resultado:
Atlético GO – 4 lesionados
Atlético MG – 1 lesionado
Bahia – 4 lesionados
Botafogo – 4 lesionados
Corinthians – 1 lesionado (2 convocados para a seleção)
Cruzeiro – 3 lesionados
Figueirense – 5 lesionados
Flamengo – 5 lesionados
Fluminense – Nenhum lesionado
Grêmio – 4 lesionados
Internacional – 5 lesionados
Náutico – 4 lesionados
Palmeiras – 2 lesionados
Ponte Preta – 3 lesionados
Portuguesa – 2 lesionados
Santos – 8 lesionados
São Paulo – 2 lesionados
Sport – 2 lesionados
Vasco – 1 lesionado
Coritiba – 10 lesionados (Bonfim, Cleiton, Emerson, Pereira, Jackson, Keirrison, Rafinha, Roberto, Sergio Manoel e, agora, Deivid)
Os dados foram retirados do site globoesporte.globo.com.
Ora, é coincidência que o Coritiba seja o clube com mais lesionados no campeonato? Desculpem-me, mas alguém não está fazendo seu trabalho direito, departamento médico, preparador físico, ou alguma outra pessoa.
A média de contusões por equipe é de 3,15 jogadores. O Coritiba tem um número 3 vezes maior que isso.
É hora da diretoria se pronunciar a respeito também deste problema, pois até o momento não há explicação.
Postura da equipe
Finalmente, a mudança de postura também é urgente.
Há quantos anos conhecemos o ditado “Quem joga para empatar, perde.”?
Contra o Santos, a equipe já havia se encolhido demais e já merecia tomar o empate. Após fazer o gol, recuou a marcação, passou a jogar no contra-ataque e tomou os gols.
Esperamos que os jogadores acordem e percebam sua imensa responsabilidade. Afinal, se tudo isso se corrigir, nossa chance de cair para a segunda divisão ainda será muito alta.
Por outro lado, se isso não ocorrer, nossa queda será inevitável.
Alex Meger de Amorim
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