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Marcelo A. Almeida15/07/12, 02h25
Futebol, Ciência e Opinião

A história se repete

Quem não se lembra do rebaixamento em 2005 ? Os principais jogadores foram negociados, atletas de baixo nível técnico foram prestigiados e a insistência na manutenção de uma comissão técnica desgastada, no final a queda para a segunda divisão do campeonato brasileiro, que causou prejuízo moral e financeiro incalculáveis.

O Coritiba em 2012 comete os mesmos erros do passado, como já descrevi na coluna anterior, estamos com um grupo extremamente enfraquecido em relação a 2011. A conquista do fraco campeonato regional e uma boa campanha na Copa do Brasil, encobertaram deficiências no plantel e a fragilidade tática da equipe.

Acredito que a goleada sofrida na noite de hoje nos remete a uma conclusão, alguma ou algumas coisas precisam ser mudadas. O elenco é frágil, o técnico Marcelo Oliveira já não tem lucidez no comando, não tem critério, o atleta que é titular em uma final de Copa do Brasil não é relacionado nem para o banco de reservas na próxima partida.

A improvisação de Sergio Manoel na lateral esquerda quando se tem em campo um especialista na posição, Everton Ribeiro, mesmo que esteja atualmente atuando como meia leva a uma conclusão, o comandante entende que o atleta é fundamental no meio e vale a pena improvisar, é um critério. Quando no intervalo ele é substituído por Lincoln e permanece em campo Sergio Manoel, já com cartão amarelo e improvisado, a conclusão é outra, não existe critério.

Analisar taticamente a equipe durante o jogo é uma verdadeira aventura, Roberto fazendo cobertura na lateral esquerda, Everton Costa correndo de um lado para outro sem saber o que fazer, Ayrton tentando compensar a inferioridade numérica no meio e “levando nas costas” na sua posição, um volante destro jogando na lateral esquerda alternando entre Sergio Manoel, Urso e Willian, Rafinha mais uma vez atuando aberto pela esquerda. A jogada de escanteio ainda funciona, nossos melhores atacantes são os zagueiros.

Enquanto isso, a Ponte Preta, com inúmeras limitações individuais mas bem organizada pelo ex-preparador físico do Coritiba , Gilson Kleina, consegue criar inúmeras chances de gol, a partida foi 4x1 mas não seria injusto um placar de 6 ou mais, foram duas bolas na trave e outras chances claras desperdiças, além de um impedimento mal marcado em favor do Coritiba, que certamente resultaria na possibilidade de mais um gol.

Não se pode descartar a influência do desgaste fisiológico e psicológico da derrota na quarta feira, mas não serve de justificativa para o vexame da noite de hoje, nem a arbitragem vai servir de desculpa porque se houve alguém beneficiado foi o Coritiba.

Reclamar da CBF ? Ora, como agir politicamente se a poucos dias atrás o treinador aproveita a coletiva para “tirar sarro” do presidente ?

O Coritiba precisa de mudanças, é necessário urgentemente repor as peças perdidas, infelizmente é tarde para olhar para as categorias de base, a comissão técnica deveria ter feito isso antes de optar por “robinhos”, “chicos”, “caios”, “eltinhos”, "ursos" e “franças” da vida, seria injusto jogar a responsabilidade nos garotos do clube nesse momento.

Ainda dá tempo de despertar !!

Marcelo A. Almeida

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