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Marcelo A. Almeida21/11/11, 01h40
Futebol, Ciência e Opinião

Frustração pela falta de ousadia

Em 2011, estamos fazendo uma excelente campanha dentro de casa, foram 18 jogos, 12 vitórias, 4 empates e 2 derrotas, 39 gols a favor e 13 contra. Entre os clubes que disputam a primeira divisão o Alviverde detém a segunda melhor campanha como mandante, 74% de aproveitamento, junto com SC Corinthians, que venceu 13 vezes em casa e ocupa a primeira posição.

Como visitante a história muda completamente, somos apenas o 14º colocado, foram 18 jogos, 3 vitórias, 5 empates e 10 derrotas, 17 gols pró e 27 contra, um aproveitamento de 25%, equivalente aos clubes que estão na disputa contra o rebaixamento.

O Coritiba é uma equipe ofensiva ? Sim, nos jogos dentro do Couto Pereira, como visitante possui o 7º pior ataque da competição, ficando atrás dos já rebaixados Avaí e América-MG, que marcaram fora de casa respectivamente 19 e 17 gols.

O Coritiba possui o 3º melhor ataque da competição junto com o Internacional-RS, com 56 gols marcados, entretanto apenas 30% foram marcados longe do Alto da Glória.

Os números demonstram um desempenho ofensivo absolutamente oposto em partidas como visitante em relação aos jogos como mandante.

O Coritiba é uma equipe com sérios problemas ofensivos como visitante, os números são incontestáveis e demonstra claramente a dificuldade encontrada pelo treinador Marcelo Oliveira em construir uma padrão tático para atuar longe do Couto Pereira, já que os adversários atuam ofensivamente dentro de seus domínios.

O comandante, Marcelo Oliveira, foi muito feliz nas alterações na partida contra o Santos, abrindo mão de um lateral esquerdo com características defensivas por um atacante, afinal estava empatando contra os reservas dos reservas dentro do Alto da Glória, não era de se esperar outra atitude por parte do treinador.

Uma atitude ousada seria entrar ofensivamente contra o Atlético-MG na última rodada, conquistar os 3 pontos e figurar entre os primeiros colocados no dia de hoje.

Infelizmente, o treinador Marcelo Oliveira teve 15 partidas fora de casa, para demonstrar essa “grande” ousadia, conquistar ao menos mais duas vitórias, contra adversários que lutam contra o rebaixamento como Avaí, Ceará, Bahia, Cruzeiro, Atlético-MG, ou até mesmo equipes que estão na zona intermediária, o que nos colocaria muito próximo a uma vaga para a Libertadores, entretanto isso não ocorreu.
A culpa é do “se”, do azar, do poderoso adversário, sempre uma desculpa diferente para justificar o péssimo desempenho fora de casa. Retrospecto padrão do treinador Marcelo Oliveira em todas as equipes que comandou nos últimos anos.

A falta de sorte, ou má jornada dos jogadores pode ser fator decisivo em algumas partidas, mas quando isso deixa de ser exceção e passa a ser regra, é porque alguma coisa não está correta. Como pode um elenco ser tão eficiente dentro de casa e tão incompetente fora ? Comando técnico, estratégia tática, estudo dos adversários, planejamento.

Em competição de pontos corridos, a vitória fora de casa é fator decisivo para conquistar as primeiras posições, a equipe que não vence fora dos domínios não disputa o título. Estamos fazendo contas justamente em função do péssimo desempenho como visitante.

O que me frustra é que aceitamos ser pequeno, apenas coadjuvantes, um simples “penetra” no filme, que se contenta em ser um figurante e não luta para ser o ator principal, que se dá por satisfeito em apenas participar.

A Copa do Brasil já se foi, o Campeonato Brasileiro está acabando, entretanto eu nunca vou deixar de lembrar que deixamos de conquistar resultados extraordinários em competições nacionais após 25 anos, pela absoluta falta de ousadia do comando técnico.

Eu quero ver o Coritiba grande, conquistando competições nacionais, disputando títulos de expressão, não se contentando apenas com uma posição intermediária e um vice-campeonato nacional.

Curitiba é a maior cidade do Sul do Brasil, o principal pólo econômico da região, chega de ficar tão distante de outros clubes, que lutam sempre pelo título e pela vaga nas competições internacionais, mesmo em centros menores.

Quero ser um grande entre os grandes, entrar no brasileiro para ser campeão, isso pode não ocorrer por diversos fatores, mas sempre quero ver um clube lutando crescer !!

Marcelo A. Almeida

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