Futebol, Ciência e Opinião
O atleta Leonardo, apresentou-se na semana passada e passa a reintegrar a equipe profissional do Coritiba para o restante da temporada.
Não se discute a capacidade técnica do atleta, porém as inúmeras lesões durante o transcorrer da carreira, causam dúvidas sobre sua condição física e o qual seria a causa dessa “síndrome”.
O futebol é um esporte de contato físico de características mistas (resistência, força e velocidade), que resulta em uma exigência por parte do atleta consideravelmente alta. O calendário é absurdo, tanto em relação ao tempo em competição, número excessivo de jogos e principalmente o pouco tempo de recuperação entre as partidas.
A exposição a mídia proporciona o retorno financeiro, competindo menos as equipes terão menos dinheiro disponível para a qualificação dos elencos, entretanto o stress físicos a qual são submetidos os atletas profissionais não são suportados por todos os seres humanos. O resultado é o alto índice de lesão em alguns e queda consideravelmente de rendimento em outros.
Alguns atletas já no início de suas carreiras, mesmo possuindo boa qualidade técnica, acabam sendo descartados por não suportar tão alto volume e intensidade e treinamento, necessários em função da exigência da modalidade.
Durante a fase de formação podemos observar verdadeiros “absurdos”, atletas expostos a extenuantes fases de treinamento, competições constantes, atuações com lesões musculares e articulares em função da exigência de vitória em competições de base. A competição e treinamento, fazem parte do processo de formação do atleta, entretanto devem ser respeitadas as limitações físicas, preservando sua integridade para o período mais importante, a carreira profissional.
Como nem todos sobrevivem ao ambiente limitado, os mais adaptados ao meio acabam obtendo sucesso, exatamente como descrito por Darwin. Alguns atletas conseguem manter-se em bom nível e com número menor de lesões durante sua carreira, já outros não suportam.
A Ciência do Treinamento Desportivo e a Fisioterapia,estudam essas limitações e desenvolvem estratégias preventivas como métodos mais eficientes de recuperação pós jogos, um acompanhamento nutricional e médico mais qualificado, exercícios preventivos, um cálculo mais adequado do volume x intensidade das atividades e principalmente a individualização do treinamento, voltado a atender as necessidades e limitações específicas de cada atleta.
Embora a Ciência tenha desenvolvido estratégias mais eficientes, alguns atletas já atingiram níveis acentuados de desgaste fisiológico, apresentando respostas menos eficazes.
Ressaltando que nenhuma estratégia obtém sucesso sem o comprometimento do atleta, preocupando-se com sua alimentação, descanso e ficando distante de bebidas alcoólicas.
Analisando friamente o cenário atual, conclui-se que as equipes devem ser formadas por um número maior de atletas de bom nível, proporcionando a comissão técnica uma maior opção de recuperação aos jogadores sem comprometer a qualidade coletiva do grupo.
O atleta menos adaptado necessita de mais tempo de recuperação e cabe também ao clube observar se durante o processo de formação os jovens não são expostos a situações que possam reduzir sua performance na categoria profissional.
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