Futebol, Ciência e Opinião
Coritiba faz uma excelente campanha no ano de 2011, entretanto um fato vem ocorrendo durante a temporada, o número de lesões musculares. Diversas dúvidas foram descritas nos comentários das matérias publicadas no site Coxanautas sobre o assunto, principalmente no jogo de ontem.
Esse blog já tratou sobre esse assunto no passado, entretanto em virtude do momento atual é relevante voltar ao tema.
As lesões musculares podem ser simples contraturas até rupturas totais do tecido muscular, em todas as situações um processo inflamatório se instala, o atleta necessita de diagnóstico, repouso, uso de medicamento, tratamento fisioterápico e readaptação fisiológica para atuar novamente com o grupo de atletas, ou seja, não pode simplesmente recuperar-se clinicamente e voltar aos jogos e treinamentos.
O tempo de recuperação varia entre o grau de lesão muscular e a capacidade de cada individuo em responder ao tratamento. Alguns atletas precisam de mais tempo de recuperação do que outros com o mesmo tipo de lesão muscular, isso decorre de diferenças genéticas, idade, histórico de lesões, entre outros fatores.
As causas podem ser as mais variadas possíveis: Fadiga causada por excesso de treinos e jogos, desequilíbrio muscular, fragilidade proprioceptiva, redução de força. O stress decorrente da fadiga pode potencializar os riscos de uma lesão, assim como a falha na recuperação entre jogos e treinos, hábitos alimentares inadequados principalmente após grandes esforços como jogos.
Existem atualmente, diversos mecanismos para verificar e tentar prevenir que as lesões ocorram, a grande maioria deles invasivos, que consistem em agredir algum tipo de tecido para retirada de material para análise, tais como testes de nível de lactato sanguíneo. Apesar de eficiente é pouco prático e muito agressivo realizar tais procedimentos em curto prazo de tempo, ou seja, “não dá para furar o atleta todos os dias”.
Aplica-se procedimentos alternativos, como os testes de esforço subjetivo, que consiste em entrevistar o atleta e descobrir qual o nível de fadiga que se encontra antes e depois de treinamentos, assim verificar, mesmo que através de um método mais pobre, se a atividade foi adequada individualmente.
Apesar de interessante, não leva em consideração a questão competitiva interna de uma equipe, qual jogador titular do Coritiba tem interesse em ser poupado ? Com um grupo qualificado, o risco de perder a condição de titular é grande.
A equipe vem atravessando uma maratona de jogos, alguns atletas foram afastados em virtude de lesões musculares, outros são reincidentes e retornaram ao departamento médico, mesmo ocorrendo em grupos musculares diferentes. A combinação desses dois fatores deve ser levada em consideração pelo departamento de fisiologia do Coritiba.
É importante a interação entre técnico e fisiologista, pois algumas medidas simples podem ser muito eficazes, como redução do volume de treinamentos e poupar alguns atletas em determinadas partidas, principalmente em uma seqüência tão grande de jogos.
O momento do Coritiba é espetacular, não é hora de achar culpados ou levantar dúvidas, apenas trabalhar a favor da instituição e sanar erros, pois o Alviverde está próximo de realizar a melhor temporada dos últimos tempos.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)