Futebol, Ciência e Opinião
Como o futebol já era em 2020 e o rebaixamento é praticamente certo, não nos resta outra alternativa do que pensar no futuro nos próximos anos, mais precisamente a eleição do dia 29/12.
Analisei as propostas das 3 chapas e não gostei de nenhuma delas, sinceramente muito superficiais.
A chapa Coritiba Responsável, que será mesmo "responsável" por mais um vexame na história do clube, nem deveria estar concorrendo se tivesse um pouco de bom senso.
Já inicia seu plano de metas reclamando da situação do clube em 2017, como se já não soubesse antes de ser candidato. O documento parece mais uma propaganda da gestão que nos manteve dois anos na série B e vai terminar com o clube na maldita segunda divisão.
Enaltece a venda de atletas, fala em investimento em patrimônio, nova estrutura de academia, mas para ser usada por um bando de pernas de pau.
Fala em 25 mil sócios, esse é nosso maior patrimônio, pois se manter em dia com essa administração é por amor ao Coritiba.
Ressalta a marca 1909, que apesar de uma ação assertiva para o clube continua cobrando preços absurdos em seus produtos oficiais.
Fala em disputar os próximos 3 anos a serie A, competições internacionais, pensei em parar de ler nesse momento. Ressalta categorias de base, que na minha opinião é um capítulo a parte, tenho uma visão bem diferente nesse tema. Termina falando o mais do mesmo, pagar as dívidas, vender jogador, investir no estádio, bla, bla, bla.
Apresenta uma estrutura organizacional, fala em uma diretoria de futebol em que o profissional e base deve ser cada vez menos perceptível.
Categoria profissional e formação possuem objetivos estratégicos COMPLETAMENTE diferentes. Deveriam ser tratados de forma totalmente distintas, as categorias de base tem como objetivo formação de atletas e o profissional vencer competições.
Já ouvi várias vezes que as categorias de base devem seguir o mesmo conceito tático do profissional, etc... Balela, o atleta de base deve ter acesso a todas as variações possíveis, está em processo de formação tática, cognitiva, técnica e principalmente psicológica. A especialização precoce dos atletas de base vai contra todos os princípios da ciência do treinamento desportivo.
Cansei de ver atleta de 15 anos ser tratado como mini profissional, já com posição definida, jogando duas vezes por semana, entrando em campo lesionado porque o objetivo era ganhar o campeonato metropolitano.
Quando chega a fase adulta não teve a formação adequada, ganhou umas medalhas qualquer e possui lesões crônicas que reduzirão sua capacidade nos próximos anos.
Enfim, um planejamento ruim, sem profundidade e principalmente sem inovação, não vejo nada diferente que possa nos transformar em um clube diferenciado.
Considerando o histórico dos últimos anos nem deveria ter se candidatado.
Amanhã e depois falo sobre as outras chapas, mas achei interessante começar com aquela que nem deveria existir.
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