Futebol, Ciência e Opinião
Analisando as últimas partidas ficou claro que contra o Santos e até mesmo contra o Atlético-MG conquistamos novamente o equilíbrio defensivo.
Durante o ano de 2021, um dos pontos fortes para o acesso a serie “A” foi a defesa, o Coritiba era uma equipe que sofria poucos gols, o ataque funcionava e vencíamos adversários complicados mesmo fora de casa.
A equipe jogava com o excelente Natanael, que além de marcar forte tinha presença no ataque, a dupla de zaga era a mesma atual, na lateral esquerda o Biro, que apesar de suas limitações ofensivas fazia bem sua função defensiva.
No meio campo, normalmente atuávamos com dois volantes de contenção, até mesmo 3 na mesma partida, Willian, Matheus Sales e Val, com o Bochecha entrando em algumas situações. Essa formação proporcionava liberdade para o Robinho/Rafinha na armação, Igor Paixão e Léo Gamalho no ataque. Já o Vaguininho, fazia um papel fechando pelo meio dando consistência a marcação, quando tínhamos apenas dois volantes em campo.
Em 2022 nossa formação tática foi alterada na visão desse colunista, principalmente pelos seguintes fatores:
3 atacantes: Hoje o Coritiba realmente atua com 3 atacantes, Paixão, Leo e Manga são realmente jogadores de ataque, apesar de voltar para recompor como manda o futebol moderno, a função principal é fazer gols.(Com um meia ofensivo quando joga Thonny Anderson).
Lesão do Natanael: O Coritiba perdeu um lateral que além de apoiar muito o ataque tinha boa capacidade defensiva.
Andrey como segundo volante: O Coritiba ganhou muito com a chegada do Andrey, um segundo volante que mais lembra o antigo meia direita, pois defende e arma a equipe ofensivamente.
Egídio na lateral esquerda: Apesar de tecnicamente possuir bons recursos nas ações ofensivas, o veterano jogador é muito frágil defensivamente.
Com a lesão do Natanael e fragilidade de Egídio, ficou claro que o Moringo tentou reforçar a defensivamente a lateral direita, escalando um zagueiro naquela função.
Em tese poderia dar certo se ainda tivéssemos dois volantes que saem menos para o jogo e mais um jogador para recompor o meio de campo, como era o Vaguinhinho.
Entretanto, com 3 atacantes e Andrey saindo mais para armar, a principal função dos laterais deveria ser a marcação, um desenho muito parecido com o antigo 4X3X3 da década de 80, com uma linha de 4 marcadores e um cabeça de área, dois meias e 3 atacantes.
Qualquer treinador do futebol brasileiro que jogar contra o Coritiba vai tentar explorar as jogadas pela sua direita contra o Egídio, principalmente se tivermos um zagueiro na outra lateral.
O que observamos foi um desequilíbrio no núcleo da defesa, pois o Luciano Castán tinha que ficar no meio do caminho entre marcar o atacante e cobrir as costas do Egídio, isso desequilibra também o Henrique que precisa fechar para dentro o tempo todo. Quando você gera sensação de dúvida no núcleo da defesa as falhas começam, foi o que observamos em alguns jogos.
A comissão técnica do Coritiba reencontrou o equilíbrio quando manteve um lateral de ofício na direita, que além de marcar sai um pouco para o jogo (Aliás, o que está jogando esse Matheus Alexandre) e o garoto Biro retornou a equipe, reestabelecendo a função primária do lateral nessa formação tática que é defender.
Essa formação também fez o Willian crescer defensivamente, sem precisar ficar correndo de uma lateral a outra o tempo todo.
Contra o Santos praticamente não sofremos perigo e contra o Atlético-MG, apesar de levarmos dois gols, jogamos contra um dos melhores ataques da América do Sul. O primeiro gol foi mérito do adversário, o segundo uma infelicidade do Biro. No segundo tempo nossa defesa foi perfeita novamente, muito equilibrada.
Uma coisa é certa, o Coritiba vai dar muito trabalho em 2022.
Saudações Alviverdes
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