Futebol: Razão x Emoção
A copa é de futebol Júnior, mas a marginália é profissional. Apesar da perplexidade que nos causa um evento como esse, a explicação para o inexplicável em Mogi das Cruzes, é simples: animais infelizes em suas vidas pessoais, fracassados, que tem a violência como único argumento, embebidos na mais fajuta cachaça, diante de uma oportunidade de vencerem os policiais, contra os quais devem se digladiar corriqueiramente ante sua clara índole criminosa, avançaram. Quando a PM chegou, com sua tradicional truculência disparando bombas de gás num estádio lotado de mulheres e crianças, os bandidos recuaram. Uma trupe de covardes, e outra de despreparados soldados.
Diante de tal cena, não poderia ser outra a reação do olheiro do Chelsea, acostumado com policiais que não carregam sequer cassetetes e com estádios que não tem grades de proteção muito menos policiais armados, nem nos grandes clássicos.
O fato é esclarecedor e oportuno no entanto para calar a boca dos imbecis que defendem a torcida única e a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios. Os marginais não ligam pra isso, e isso não os impede de saírem de suas casas, mansões e barracos, para encher o rabo de cachaça e espalhar o caos pela cidade. A nossa sociedade caótica, sem querer e por querer, reproduz há anos essa situação porque, na mesma medida em que não educa, pune com severidade. Com "pune com severidade", entenda: desce o cacete em quem estiver pela frente. Se para a Justiça todo mundo é inocente por mais clara que a culpa, para a PM, GM, etc., todos são culpados até que que se prove o contrário.
Dois outros fatos também esclarecem a podridão de nossa sociedade. Primeiro: ninguém foi preso. Os narradores saíram do estádio lacrimejando, bem como as famílias que lá estavam, ou seja, todos foram punidos pelos atos de alguns, mas ninguém foi realmente punido. Percebem a contradição?
Segundo, e para mim o mais absurdo: o jogo seguiu. A partida recomeçou no segundo tempo mesmo com o pau quebrando na arquibancada. Isso não lhes soa como um deja vu?
As obras continuam, mesmo que haja superfaturamento. O governo segue, mesmo que dentro das cadeias. O presidente dos clubes seguem, mesmo que sejam incompetentes. Os conselheiros seguem aconselhando, mesmo quando claramente não servem a ninguém a não ser eles mesmos...Não somos o país do futebol, nem do carnaval, nem de nada... Somos o país do "fim justifica os meios: quaisquer fins e quaisquer meios".
Não sei vocês mas, às vezes, a sensação de impotência somada à desfaçatez dos responsáveis perante situações tão claras, me fazem querer desistir.
http://glo.bo/1U76qrz - link da barbárie.
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