Futebol: Razão x Emoção
Acabado mais um campeonato da ausência: ausência de público nos estádios, de critério na arbitragem, na convocação dos “manos” à seleção do felipão, ausência de um calendário organizado, de grandes jogos, e ausência de brilho na campanha Coxa; a ausência mais sentida é uma só: a da cerveja!
Não é apenas a minha vontade e de meus amigos de assistir aos jogos leve e moderadamente alcoolizados que me faz escrever estas linhas, mas também fatos que vejo ocorrer antes, durante e após as partidas.
Durante o jogo, como é triste ver pessoas de bem, que sem poder tomar um “talagaço” de verdade, buscam refúgio na insossa cerveja sem álcool vendida nas dependências do Couto. Aliás, cerveja sem álcool, que não inebria tampouco tem sabor, qual seu objetivo?
Antes do jogo, vendo às barras do estádio, os ambulantes, os bares e os próprios torcedores que organizam seus churrasquinhos para beber cerveja, pinga, e fumar em suas bases, pergunto: por que esta festa da democracia etílica não pode ocorrer também dentro da praça esportiva?
Antes do jogo, ver chegar os comandos, pulando e entoando cânticos de ordem, com seus membros todos empunhando um “tubão” levemente tingido de refrigerante me faz indagar: de que adianta proibir a entrada da bebida e permitir a entrada dos bêbados?
Antes do jogo, ao ver policiais passando no meio da bebedeira alheia, e ao não ver um fiscal sequer coibindo esta prática, questiono: para quem vale, quem obedece, e quem fiscaliza esta Lei?
Depois do jogo, na saída, tropeçando nos isopores dos ambulantes vendedores de cerveja, mais uma vez me vêm questionamentos, sendo o mais importante deles o seguinte: não seria melhor que o clube lucrasse com a venda de cerveja dentro dos estádios, do que “trocentos” ambulantes que não deixam um centavo sequer nos cofres do Coxa?
Em qualquer momento, se na Copa haverá cerveja nos estádios, em defesa dos patrocinadores do evento, por que não pode haver em qualquer outro jogo? Ao direito, assim como para a arbitragem, não deveriam existir dois pesos para uma mesma medida.
Liberada a gelada, quem sabe até os negócios melhorariam, uma vez que os clubes poderiam ostentar em seus mantos, a marca de uma cerveja como sua patrocinadora máster, como foi a Carlsberg, durante anos parceira do Liverpool.
Caros leitores, não é a primeira vez que falo sobre este assunto neste espaço, tampouco será a última. Simplesmente porque sinto que algo precisa ser feito contra a hipocrisia reeditada a cada partida.
Tivemos recentemente a primeira eleição com a chamada Lei da Ficha Limpa, criação da iniciativa popular que como uma vassoura tenta varrer os impuros do legislativo e do executivo.
Não poderíamos, através das redes sociais, formar um movimento: “Cerveja No Estádio Já!”? Tenho certeza que seria mais fácil conseguir assinaturas do que para o abaixo-assinado da ficha limpa. O único problema seria saber se todos que assinaram o documento sabiam o que estavam fazendo...
O estádio de futebol é um fragmento da sociedade, e por assim ser, padece dos mesmos problemas, sendo o maior deles, a falta de educação e bom senso.
Mas proibir, ao invés de educar, é a maneira errada, ditatorial e retrógrada que o Estado encontra de coibir os mal educados. Jogando os educados e os de bem, na mesma lata maldita e burra da generalização.
Sóbrios e ébrios torcedores: uni-vos!
Cerveja no estadio já!
Um feliz Natal e um feliz 2013 repleto de saúde, paz e conquistas a todos nós e ao Coxa!!!
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