Futebol: Razão x Emoção
Enfim acabaram as eleições. Hora das viúvas de Dom Aécio e dos baixinhos de Tia Dilma diminuírem o tom e voltarem aos seus afazeres. Apesar de alguns excessos de ambos os lados o Brasil dá mostras de maturidade. Pouquíssimos países do mundo, principalmente do tamanho da nação brasileira podem se orgulhar de votar democraticamente. Podem se orgulhar de ter um sistema tão rápido de apuração e tão garantido pelas instituições, bem como respeitado por todos os eleitores e candidatos. Valorizemos o Brasil. Valorizemos a nós brasileiros!
Mas para o futebol, o que muda?
A alcunhada Lei de Responsabilidade Fiscal dos Clubes, que teve a votação acertadamente barrada tem agora nova chance de entrar em pauta. Além de todos os problemas macro-econômicos, políticos e sociais que os eleitos haverão de enfrentar, resta ainda o “Futebolsa”, que os clubes pedem seja implementado urgentemente.
Digo isso, pois, essa lei, que é um mix dos Projetos de Lei 5201 e 6753, ambos de 2013, tem como objetivo máximo reparcelar as dívidas dos Clubes. Atenção, não estou dizendo que ela não expõe outras ideias, mas sim que a ideia principal é essa.
Assim como o vereador Paulo Rink teve a brilhante ideia de isentar os clubes do IPTU - à qual eu sou veementemente contra - os clubes, seus dirigentes e a CBF não querem discutir a qualidade do futebol, a saúde dos atletas, o bem estar do consumidor torcedor, os estádios vazios, a hipocrisia da lei seca. Tais temas não interessam a quem está com a corda na goela. Tais temas também não interessam ao FMI do futebol brasileiro, que antecipa aqui, empresta ali, mantendo os clubes moribundos sob suas rédeas, mandando e principalmente desmandando no calendário, horários de jogos e tudo mais.
Você já parou pra pensar por que países que estão numa draga danada como Grécia, Ucrânia, Portugal, Espanha e até a Itália conseguem manter suas ligas recheadas de estrelas e seu futebol competitivo e vistoso? Porque o Estado não tem nada ou muito pouco a ver com o futebol. Lá o futebol, assim como em países mais firmes como Alemanha e Inglaterra é um setor privado da economia, gerido por regras empresariais, movido por metas, comandado por profissionais preocupados principalmente em cobrar bem por oferecerem um produto de qualidade.
Ah se a eficiência da apuração de votos fosse de alguma forma transplantada à gestão do futebol...
O fato é que a eleição desse ou daquela, seja deputada ou presidente, não muda nada, infelizmente, porque os presidentes da CBF, dos clubes e da patrocinadora do Show de Horrores, grandes responsáveis pela desnutrição do nosso querido e judiado futebol, continuam os mesmos.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)