Futebol: Razão x Emoção
Sempre tive respeito pelo presidente. Por sua coragem de assumir a bronca após a queda em 2009, e por todo o “projeto” que nos foi apresentado, inclusive com relação ao “paranismo” no melhor sentido da palavra, quando da ação “amo minha terra, torço pelo meu Estado”.
A admiração cresceu com o título da serie b, e com os fracassos na Copa do Brasil. Admiração por fracassos? Sim, pois, quando se perde com dignidade, com luta, podemos e devemos nos orgulhar do trabalho realizado.
Não coloco em dúvida em nenhum momento o caráter, tampouco a paixão do presidente pelo Coxa, mas é impossível deixar de perceber que a vaidade, falou mais alto que a razão.
Trazer medalhões, nunca deu certo no Coxa, tampouco atletas conhecidos por seus hábitos noturnos.
Não teria sido melhor manter E. Ribeiro, Rafinha e Emerson ao invés de trazer tantos?
Mas isto faz o presidente que quer deixar marca, um histórico, e querer fazer isso em detrimento da razão, é vaidade.
Remendar mais uma vez o Couto, ao invés de continuar lutando por um novo estádio, é pura tentativa de deixar marca, um legado, e isso é vaidade. O pior não é só remendar, é elitizar o remendo, como se fosse o suprassumo da modernidade no que tange a estádios. Vender o remendo como sonho da torcida. Se o novo remendo ao menos viesse acompanhado de um projeto maior, ambicioso e concreto de remodelação de todos os setores do Couto, ainda que paulatinamente, tudo bem, mas nem isso...
Mas não foi só do presidente a vaidade que nos causou mal. Tivemos vaidades e egos de sobra no "elenco". Vaidosos jogadores já consagrados com a vida ganha e que pouco ou nada contribuíram para o nosso sucesso.
Vaidosos fomos nós também torcedores ao nos enganarmos com as rodadas iniciais e fecharmos nossos olhos à realidade de que aquilo era pura ilusão, nuvem passageira. Parabéns aos que, ao contrário de mim, não se deixaram enganar. Parabéns aos que desde o início previam o pior dos mundos: Coxa rebaixável, Atretis na libertadores e Marcelo Oliveira campeão brasileiro.
Vaidade ou pura cobiça do grupo de empresários que gerencia quase todos nossos atletas e o ex-treinador, que privilegiava Ibérbias, Julios Césares, Emerson Santos e outras feridas em detrimento de alguns bons valores da base, que, em que pese não serem lá grande coisa, são melhores que os ditos “tituL.A.res.”
Tivemos mais sorte que juízo, com um time sem qualidade,sem padrão de jogo, e muitas vezes sem alma, sem vontade e sem tesão em campo, permanecemos na elite. O recado de Alex ao presidente é o recado da torcida. Que se cumpra o planejamento! Que se privilegie a qualidade ao contrário da quantidade. O meu recado é o seguinte: Esqueça o título estadual. Faça do campeonato local uma pré-temporada, garimpando promessas e apenas treinando a equipe principal. Chega de títulos ignóbeis e de encher a prateleira com troféus de lata. Não precisamos de qualquer título, precisamos de projeção nacional e internacional. Tragam valores à altura dessa torcida, que em Itu deu um show, e não merece mais um ano de enganação e sofrimento.
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