Futebol: Razão x Emoção
O Brasil é o celeiro do mundo. Grande produtor de safras recordes de grãos, comodities como soja, milho entre outros. Matéria prima nunca foi problema para o Brasil, vide os ciclos coloniais de pau Brasil, açúcar, café e borracha.
Assim também é com o futebol. Fazendas de futebol existem aos montes. Grandes e pequenas propriedades nas quais brotam, germinam, craques a todo momento. Uma terra fértil jamais desgastada pela monocultura futebolística.
A terra produtora, porém raramente fica com a melhor parte da produção. Os produtos “tipo exportação” são, obviamente, exportados ao que se chama preconceituosamente de primeiro mundo, para que lá façam propaganda das fazendas de craques brasileiras, num comércio sem erro, sem risco, e que só fez crescer.
Esse “sucesso” financeiro das fazendas na venda de seus produtos, bem como da seleção de produtos nacionais, fez com que elas não se unissem a fim de melhorar o produto interno. Mal administradas e endividadas, em que pese todo o sucesso na venda de seus produtos ao exterior, os consumidores locais são maltratados e tem de se contentar com o excedente de produção de baixa qualidade que mantém no estoque, e que são expostos nas vitrines estaduais e nacionais.
Isso, pois, uma fazenda não produz para outra fazenda brasileira, ou para a indústria nacional, produz com o objetivo do comercio exterior. Lucrativo, porém, insustentável.
Essa competição desorganizada entre as fazendas que não possuem controle central, uma vez que a cooperativa brasileira de fazendas se cuida única e exclusivamente do marketing futebolístico através do selecionado de produtos nacionais, faz com que o comércio nacional seja fraco, os produtos, de péssima qualidade, expostos em embalagens de péssimas condições.
Os consumidores nacionais, para não ficarem apenas com os produtos que caem dos caminhões antes de chegarem ao porto; para terem um gosto da melhor carne produzida, se obrigam a importar cortes melhores, de países como Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha. Que apesar de não se compararem ao Brasil em termos de agricultura futebolística, são especialistas na indústria de futebol, e agregam muito valor aos produtos que disponibilizam aos seus consumidores. Mais que vender produtos in natura, vendem o pacote completo, com um selecionado mundial de produtos, de forma organizada, em embalagens padrão da Federação Internacional de Fazendas Associadas.
Não é preciso dizer que comercializar matéria prima é infinitamente menos lucrativo que vender manufatura, bem como bem menos salutar à industria e ao comércio nacional. Assim, em que pese celeiro do mundo, não é o Brasil quem mais paga, muito menos quem mais lucra com os frutos dessa terra em que se plantando, tudo dribla.
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