Futebol: Razão x Emoção
De jogar e de assistir. O empate não foi nada bom contra um adversário frágil e dentro de casa. Mas deve sim ser celebrado pela maneira como foi conquistado.
Todos estavam nervosos. A torcida, apreensiva, parecia prever a urucubaca. Não deu outra. Uéliton, estirou o posterior da Coxa e, aos oito minutos, deu lugar a Bottinelli. O que já estava ruim piorou quando o Bahia, após falha de toda a zaga, eis que o cruzamento saiu da direita, passou pelo meio da área e chegou redonda para o atacante tricolor, que nas costas de Vinícius, mandou pra rede.
Marquinhos, visivelmente ansioso e achacado pela torcida, mandou logo todos para o aquecimento. Diogo, que até vinha bem, foi o primeiro a ser sacado após bisonha jogada pela esquerda. Queimado, deu lugar a Iberbia, que corroborou os gritos de "burro" contra Marquinhos eis que mais uma vez teve uma péssima jornada. Parece que o argentino carece dos fundamentos básicos do futebol.
Ninguém jogava bem. Vanderlei irritava a torcida que, ansiosa pela vitória e querendo agilidade, via o goleiro demorar três dia úteis para repor a bola. O papo de vestiário no intervalo parecia a única esperança de salvar a bela tarde de sol de domingo. Era preciso mexer com o brio dos jogadores que mais uma vez mostravam-se indolentes e apáticos em campo.
Que nada.
Logo de cara, gol do Bahia. Dois a zero. Tudo parecia perdido. Até a paciência da torcida que além de ovacionar o treinador, passou a aplaudir o Bahia. Que feio. Foi o momento mais triste do domingo. Eis que age no Alto de Tantas Glórias, ele: Imponderável de Almeida. Gol contra. Dois a um.
A torcida se encheu de esperança e começou de novo torcer. Meio que receosa, como se com medo de gritar em vão, mas torceu. Os jogadores, enfim encheram-se de gana, garra, e, ainda que de forma atabalhoada, lançaram-se ao ataque. Com a zaga desguarnecida, cada contra-ataque do Bahia parecia mortal. Mas e daí? Perdido por um, perdido por dez!
No fim, a redenção. Golaço de Alex e a igualdade no marcador. Um alento à torcida e um respiro à comissão técnica.
Que jogo amigos! Sofrível! Sofrido! Do inferno do vexame caseiro ao quase céu do empate no apagar das luzes. Se a vitória não veio, emoção não faltou aos parcos presentes ontem no Couto. Mixórdia de futebol e público.
Quarta tem mais. Não tem descanso. Como é apaixonante o futebol!
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