Futebol: Razão x Emoção
Ao contrário do que disse estes dias o grande comentarista Jairo Silva da transamérica, o Coxa não precisa mudar tudo. Mas que algo precisa ser mudado isto é fato.
Não falo de treinador, não falo de jogadores, aliás nem sou eu quem fala, mas sim dois de nossos melhores jogadores: William, e Emerson que apontam o que precisa ser mudado.
Quando questionado sobre o terrível primeiro tempo contra o Bahia, pelo repórter Caco Mazanek, Emerson disse: “tem muita gente na frente do nosso Gol.”
Preciso e exato, nosso grande zagueiro. Nossa linha de 4, eterna e imutável, não está mais dando resultado, tornou-se previsível. Ainda mais com Jonas e Chico nas laterais. Não temos ultrapassagens, chegadas ao fundo, e jogamos na total dependência de nossos “armandinhos” (Roberto, Rafinha, E. Ribeiro e agora Robinho). Ainda, esta linha de 4 só pode dar certo quando temos volantes que apareçam constantemente ao ataque e com talento, o que infelizmente não é mais o nosso caso, pois, temos excelentes volantes marcadores, e que raramente vão à frente.
Repito, nossa maneira de jogar tornou-se previsível. Basta o adversário marcar nossos meias, povoar a meia cancha, ou então que eles estejam simplesmente numa noite infeliz para que nosso jogo suma.
E para esta postura tática não há desculpa, pois temos laterais esquerdos ofensivos na base, bem como o lateral Airton, que não pode jamais em hipótese alguma, por opção do treinador, ser retirado do time. Da mesma forma temos volantes de marcação competentes, cuja função defensiva é justamente cobrir as subidas dos laterais. Entretanto, o coxa não tabela com seus laterais, sequer os avança, sempre quem cruza as bolas na área são nossos meias. Isto precisa ser alterado.
Chega de laterais isopores (que jamais vão ao fundo). Marcelo Oliveira é técnico, sem estrela, ok, mas inteligente, e precisa abrir os olhos para isso. Principalmente por conta do erro cometido ontem, quando pôs Jonas para aumentar o poder defensivo aéreo e os dois gols foram sofridos do lado do Jonas, um, inclusive, numa bola de cabeça que ele perdeu.
Marcelo, confie em seus volantes, na cobertura que eles fazem, e nos dê o prazer de ver um time que não tem em seus laterais apenas mais dois zagueiros.
Já William, quando questionado pelo mesmo nobre repórter, sobre o porquê do ridículo primeiro tempo, afirmou: “ não adianta um só ter garra, todos tem que dar o sangue dentro de campo.”
Sobre o que disse William, não há tática, nem técnica que resolva, o remédio é vergonha na cara. É imperioso imediatamente substituir o sentimento de desilusão pela perda da Copa do Brasil, e pela aposentadoria do tcheco, pelo sentimento de dever e de honra de dar a esta nossa torcida no brasileiro, o que eles poderiam ter dado na Copa do Brasil e não deram.
É preciso assumir esta responsabilidade. Todos dentro do clube.
Não quero acreditar que haja algum problema interno, apenas penso que o Coxa está de luto. Mas luto não se cura chorando e berrando ao lado do Caixão. Se cura erguendo a cabeça e indo a luta. Enfrentando o fracasso de frente.
Só um desempenho decente e de sucesso no campeonato brasileiro poderá fazer passar este luto. Até porque se continuarmos nesta toada, não poderemos sequer disputar decentemente a sulamericana, pois seremos obrigados a priorizar o Brasileiro.
O Coxa que se orgulha tanto de seu planejamento, que tem sido exaltado até em excesso pelo nosso residente que, em minha opinião, começou a aparecer demais quer em rádios quer em programas esportivos, precisa de imediato planejar e projetar como melhorar a situação atual. Pois, se continuarmos neste luto, um luto muito maior poderá nos afligir ao final destas 38 rodadas.
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