Futebol: Razão x Emoção
Quem leu minhas últimas colunas sabe que de fato eu já estava, como muitos de nós, fartos das escalações improvisadas, do excesso de volância, das derrotas, mas principalmente das declarações de supervalorização dos adversários que marcavam os discursos de nosso ex-técnico.
De fato, os jogadores apáticos em campo, principalmente fora de casa, pareciam também estar fartos do treinador, tanto que se habituaram a perder fora de casa, afinando o discurso e passando a tratar a derrota assim como o treinador tratava: fato normal diante da grandeza do adversário.
O fato de se entregarem e jogarem melhor dentro de casa, para mim é mais um motivo para comprovar o desrespeito que o time tinha para com seu comandante.
Como explicar tamanha diferença de comportamento das mesmas pessoas?
É que dentro de casa, não era apenas ao treinador quem deviam impressionar e alegrar, mas também a torcida, e ninguém quer ficar mal perante ela.
E assim, a impaciência com o treinador foi se alastrando e chegou até a imprensa que ao invés de apenas relatar o descontentamento dos torcedores com o treinador, passou a pedir, ainda que dissimulada e suavemente, sua cabeça.
Ontem, enfim, a intolerância com Marcelo chegou aos altos escalões Coxas. E o que se deu foi sua demissão.
Mas por que então a tristeza? Ora, não era a demissão que tanto queríamos?
Pode até ser, mas o que entristece é o fracasso do projeto. O que entristece é que ao demitir seu treinador, o Coxa volta a ser um time comum, como tantos no Brasil. A tristeza do colunista é fruto da ilusão alimentada, pois, juro que por um momento pensei que Marcelo Oliveira, não o de agora, mas o de 2011, ficaria anos e anos no nosso comando técnico, seria campeão, crescendo junto e conquistando títulos para o Clube mais bem administrado e comandado do Brasil...
Ledo engano.
E creio que ninguém deva ficar feliz totalmente, portanto, eis que a saída de Marcelo, é reflexo da falta de união do grupo, causada não somente por suas deficiências técnicas, não sejamos injustos, mas por um conjunto de fatores que envolvem do mais alto ao mais baixo cargo no alto da Glória.
A saída de Marcelo Oliveira é neste ponto também a sucumbência do projeto Coxa à cultura do futebol brasileiro. Um retorno às raízes mais nefastas do "nosso esporte bretão."
A saída de Marcelo Oliveira é, enfim, a expressão maior do fracasso do projeto, ainda que apenas no ano de 2012.
Por este motivo a coluna hoje é de tristeza. Porque a demissão é de Oliveira, mas o fracasso é nosso.
Mas, fazer o que? Bola pra frente. Esta é no fim a nossa sina de torcedor, apoiar, entristecer-se e alegrar-se com o Coxa.
Novos tempos hão de vir e a tristeza com certeza logo dará lugar à esperança de que, La Pulga, Deivid, e Marquinhos Santos – homem inteligente e de trabalho competente nas bases – consigam alegrar este sofrido coração Coxa Branca.
Que neste momento não bate, apenas fibrila de tensão.
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