Futebol: Razão x Emoção
Poderia falar sobre o momento histórico que presenciamos no último domingo, quando um tabu quase que vintenário foi quebrado, fazendo-nos rememorar a década de 90, a década dos vices, mas não vou.
Poderia falar sobre a pereirada, sobre os coveiros Rafinha e Lincoln, mas tudo sobre estes senhores, por outros já foi dito.
Poderia falar sobre o receio que me dá ver o técnico admitir que foi orientado pelos seus orientandos quando da expulsão do ex-zagueiro sobre o que fazer, mas tal assunto também já está debatido.
Poderia escrever enfim, que o melhor time perdeu, e que quem jogou melhor venceu, mas isto, desde às 18h15m do último domingo tornou-se óbvio.
Eu falarei sobre você: Guerreiro Coxa Branca! Masoquista Coxa-Branca!
Você que saiu de sua casa debaixo de chuva, e que com capa, boné, toca, viseira, gorro e guarda-chuva dirigiu-se ao Couto Pereira.
Você que sabedor das infiltrações, goteiras, cadeiras molhadas, falta de conforto e de dignidade, abdicou da cerveja e do cigarro, e resolveu demonstrar o seu amor mais uma vez a esta instituição centenária.
Você que, por ficar na arquibancada ou na Mauá, a cada rodada faz automaticamente dois pedidos: que o Coxa ganhe, e que não chova.
O primeiro até que tem dado certo, mas o segundo, em Curitiba, é de árdua realização.
Quando ganhamos, cá entre nós, a chuva pouco importa. Mas quando perdemos, como ela é fria e maldita.
Ao ver as imagens que colaciono a esta coluna, orgulhe-se sócio! Orgulhe-se, torcedor! Não é qualquer um que paga, R$70, R$90, mais de R$100 por mês, para expor-se às intempéries e à incerteza de um jogo de futebol.
Ao verem estas imagens, envergonhem-se diretores! Seus torcedores não as merecem! Se não podem nos dar um sapato novo, ao menos troquem a sola do velho!
Meu reconhecimento tem apenas uma única ressalva. Dirigida a você Coxa-Branca que, em que pese todo o seu amor, só reclamou durante os 90 minutos. Pra você que o jogo é um eterno pesar, um sofrimento, eis que tudo está ruim, a diretoria, o comando técnico, o estádio, os jogadores, o jogo; não vá vê-lo! Fique em casa que é quentinho. Você não é obrigado a sofrer.
POST SCRIPTUM
Aproveito este espaço para mandar um beijo à minha esposa Camila.
Esposa, hoje, há dois anos. Alma gêmea, desde a eternidade.
Há paixão pelo direito, música, e futebol,
mas o amor verdadeiro, é de sua exclusividade.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)