Futebol: Razão x Emoção
Num momento em que o futebol brasileiro passa por uma de suas piores crises éticas desde a descoberta das falcatruas do árbitro Edilson, é preciso que saboreemos com gosto alguns poucos nacos de hombridade e moral.
Não falo somente da polêmica envolvendo o Pirata palmeirense, mas também da enxurrada de dinheiro que escoa ralo a baixo sob o pretexto da construção de estádios para copa do mundo, e, no âmbito local, sobre o caso da compra de cadeiras superfaturadas para o eterno meio estádio, tendo como beneficiário o filho do “coronel”.
É para tentar dar uma alegrada neste coração brasileiro, e coxa-branca, combalido por ser alvejado toda hora, com casos de má-fé e corrupção, que trago o exemplo de nosso presidente Dr. Vilson Ribeiro de Andrade.
Em evento realizado ontem na Puc, viabilizado pelo Prof. Francisco Carlos Duarte, e pela assessoria de imprensa do Dr. Vilson, em especial pelo Rodrigo, Vilson deu uma palestra emocionante sobre o Coritiba, sua história de vida e de superação.
Contou aos espectadores sobre sua família, e, com lágrimas nos olhos, sobre sua infância humilde no interior do Paraná, e como seu pai fez de tudo para que o filho não calejasse as mãos com o trabalho na terra, e fosse estudar. Contou também, sobre a doença que lhe acomete, contra a qual trava hercúlea batalha. Batalha que jamais o fez se afastar de suas responsabilidades perante o Coritiba Foot Ball Club, e que certamente vencerá.
Deu aos jovens ali presentes a receita do sucesso: não querer agradar a todos, pois isto é impossível, e ao se tentar realizar algo impossível, fatalmente o resultado é o fracasso.
Sustentou que em que pese termos tantas mostras de ser verdadeira a máxima maquiavélica “todo homem tem seu preço”, acredita que “todo homem tem seu valor”, e que honestidade não cabe em currículo, eis que deve ser atributo inerente ao ser humano, inquestionável e inegociável.
Falou, claro, sobre as dificuldades do Coritiba, sobre os projetos de reformulação do Couto, bem como da construção de uma nova praça esportiva multi-uso para o Coxa, projeto, que, segundo nosso presidente, em que pese as reformas anunciadas, não foi de nenhum modo esquecido.
Revelou dados sobre a administração e gestão do Coxa antes e depois de sua chegada, e de como carecia de profissionalização e de gerenciamento nosso amado Clube, que, hoje, graças a sua experiência de homem de negócios, funciona como uma empresa.
Bradou que não vivemos num país sério, e que enquanto clubes como o Coxa fazem o maior esforço de engenharia financeira para quitar seus débitos trabalhistas e com o Fisco, Clubes do Eixo chafurdam na lama da sonegação, inadimplência salarial, e pior, com o aval estatal.
Falou, por fim, que seu sonho é deixar um legado ao Clube que tanto ama. Que não é o poder que lhe motiva, pois este é efêmero, mas sim a possibilidade de deixar algo de bom e de concreto a nós torcedores.
Caros leitores, não é este texto fruto de mero “puxa-saquismo”, até porque, quem acompanha minhas colunas sabe que divergi das atitudes do presidente em muitos casos, como na manutenção além da conta no cargo de Marcelo Oliveira, na recomposição com a organizada, e principalmente sobre o projeto de ampliação da Mauá tal qual nos foi apresentado.
Ocorre que ao ouvir Vilson falar, vemos a seriedade, a competência e a lisura com as quais vem sendo comandado o Coritiba Foot Ball Club. Vemos que existe na cabeceira da mesa de nossa administração um homem bom, que realizado pessoal e profissionalmente, sem precisar provar mais nada a ninguém, abdica de seu tempo, de sua família, e até mesmo de sua saúde para cuidar do Coritiba.
Este homem merece um título de retumbância nacional, e, por que não, internacional. Deus queira que este presente lhe, nos, seja dado na temporada seguinte.
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