Futebol: Razão x Emoção
Era uma vez um mineiro. Tranqüilo e sereno como quase todos de sua estirpe.
Meio campista que, segundo os que o viram jogar, encantou os campos de sua terra natal, chegando inclusive ao selecionado nacional.
Mas para isso teve de ralar muito e matar um leão por dia.
A carreira que se findou, deu início à outra. Do banco de reservas o Mineiro tenta passar aos seus comandados o equilíbrio que objetiva a todo custo.
Equilíbrio que aprendeu com o mestre Telê Santana, seu técnico no Galo dos anos 70, ser a melhor forma de jogar futebol.
A nova carreira fez o Mineiro sair de sua terra natal e chegar, por indicação de um outro renomado caçador mineiro, ao maior clube do Estado do Paraná, onde, quer queiram quer não, matando um leão por dia, vem fazendo história.
Levou o time ao título do Campeonato Paranaense de forma invicta, com 20 vitórias e 2 empates. Conseguiu o recorde mundial de 24 vitórias seguidas, reconhecido pelo Guinness. Chegou à final da Copa do Brasil, perdida apenas na regra de gols fora de casa. No Brasileirão de 2011, terminou na 8ª colocação, classificando o clube à Sul-Americana de 2012.
Começou 2012 levando o Coxa ao tri-campeonato paranaense, o que não ocorria desde 1973, e, apesar das 3 derrotas nos 4 primeiros jogos do Brasileirão, está mais uma vez nas semifinais da Copa do Brasil. Tendo mais uma vez pela frente: um Leão.
Leão experiente, que poderia muito bem ser uma raposa felpuda e falastrona. Para alguns, hiper-valorizado e até ultrapassado, mas, incontestavelmente detentor de um currículo de sucesso como jogador e treinador. E que, além disso, possui uma equipe requintada.
Apesar das divergências técnicas e táticas que possamos ter com o Mineiro em questão, vejo neste confronto que se avizinha algo muito maior: uma metáfora da vida de todo verdadeiro torcedor alviverde.
Que mata um Leão por dia para pagar seu carnê de sócio, comprar seu ingresso e apoiar este time e instituição que tanto nos orgulha e emociona.
Que sai de sua casa e seu trabalho, em dias chuvosos, para pendurar aquela faixa que enfeita as jornadas no Couto Pereira.
Que anseia, por um título nacional de primeira grandeza, que há quase 30 anos não vem.
Que luta para organizar as contas e trazer reforços sem pôr em risco a saúde financeira do Clube.
Que amarga a derrota, saboreia a vitória, critica e se critica apenas e simplesmente pela paixão inexplicável que sente e por querer o melhor para o seu time.
Que vive o desejo de ver o nome de seu time no topo, retumbando em todo território nacional.
Para isso, todos nós temos agora o mesmo Leão a "matar".
E pode ter certeza, Mineiro, junto com sua equipe, na caçada deste Leão, armada de toda força e toda a garra alviverde, a torcida Coxa estará com você!
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