Futebol: Razão x Emoção
Um jovem, outro experiente. Um que, decepcionado com a bagunça que é um clube de futebol (quase todos), decepcionou a torcida e apequenou-se saltando do barco ainda no cais. O outro chega e mais do que rápido usa a velha tática do “novo” estádio para ofuscar o que realmente deve ser tratado como prioridade pela diretoria Coxa: o ano de 2015.
No máximo, a diretoria deve preocupar-se com 2016. Em fazer um time forte e equilibrado, assim como as finanças do clube. Falar em novo estádio, reforma completa do Couto, seja lá o que for, me ofende tanto quanto nos propor dividir o privadão com o Atlético. Nem que demore mais cinquenta anos, façamos as coisas como sempre fizemos, incentivando a iniciativa privada, e deixando o poder público cuidar e custear o que deve. Eu que defendo a ausência de policiais militares nos estádios, não posso admitir benesses públicas que além de sufocar o erário, prejudicam a estética e o crescimento ordenado da cidade, como permite esta questionável alegoria econômico-jurídica chamada potencial construtivo.
Mas, voltando ao futebol - que deveria ser foco da diretoria - muitos foram contratados que viraram reforços pontuais, como Henrique e o próprio Ney, mas muitos mais tornaram-se erros grosseiros e que devem deixar um passivo difícil de administrar. Isso sem contar ainda os emprestados, os afastados e os lesionados. A melhora técnica é sensível. Mesmo quando perdemos, como foi o caso contra o Cruzeiro, estamos jogando, se não com qualidade, com gana, com vontade e com dignidade. Uma vez garantida a permanência na Série A, o que ainda está distante, a prioridade única e exclusiva deve ser a montagem do elenco de 2016. Se possível com a manutenção do treinador, mais pela continuidade de um trabalho do que por achá-lo um ás da tática, e dos principais jogadores deste time, em especial, o miolo de zaga e o goleiro.
Aconteceu de tudo no período entre guerras: línguas chicotearam lombos, peixes morreram pela boca, estrelas cegaram-se e fizeram outros cegar com seu brilho e mesmo assim nós conseguimos de fato recuperar nossa honra. Mas quando leio/ouço/vejo baboseiras de um novo estádio como estas que, por pura falta de pautas conseguem grande destaque na imprensa, o Coxa não me deixa esquecer que ainda é como uma antiga nau. Comandada por Portugal, sempre entre guerras, navegando um tormentoso mar pedroso, esperando encontrar águas mais macias.
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