Futebol: Razão x Emoção
Não posso expressar em reais exatamente quanto vale a teimosia, pois não sei quanto Marcelo Oliveira recebe. Posso, contudo, dizer que certamente ela vale um turno de campeonato, pois, este preço já pagamos.
Jamais crucifiquei exclusivamente nosso treinador pelos últimos tropeços, ou, pela perda de qualidade de nosso time. Porém, sempre o critiquei, assim como todos, que, à quase unanimidade, apontavam mudanças necessárias a serem feitas, e que não eram, sem explicação plausível.
Pois bem, neste domingo mudanças vieram: Eltinho em lugar de Lucas Mendes, Demerson em lugar de Pereira, e Geraldo como titular.
Já no início da partida foi possível claramente visualizar que com Geraldo preocupando o lado esquerdo da defesa do Rio Branco, Eltinho, extremamente mais eficiente no ataque do que Lucas Mendes, teria a liberdade necessária para dar mais volume de jogo e apoio ao ataque do Coritiba.
Demerson, além de algumas arrancadas e do Gol, foi mais veloz e provou ser par melhor à Emerson, de quem falar bem é chover no molhado.
Com mais volume, qualidade e velocidade, e com o Rio Branco muito recuado é verdade, o Coritiba marcou a saída de bola do Rio Branco, e foi onipresente no campo de ataque, algo que há muito tempo não se via. Os chutões foram raros, bizarrices que infelizmente neste início de ano nos acostumamos a ver.
William, guerreiro, foi o componente raça. Tcheco, inoxidável, a consciência, e assim tivemos uma sólida e porque não dizer criativa “volância”.
"Volância" que ao ser formada por três homens (William, Tcheco e Gil), deveria dar o suporte para a subida dos laterais. Como Jonas não fez isso, foi substituído.
E por falar em substituições, Everton Ribeiro realmente não parece ser jogador de coturno suficiente para jogar no Coxa. Entrou, como tem entrado sempre: mal. Ao contrário de Emerson Santos e Rafael Silva, principalmente este último que por pouco não fez um golaço e merece ser observado com muito carinho pelo “professor”.
Destaque negativo para Aquino, inoperante no ataque, e para Lincoln, que às vezes parece meio arrogante. Deixa de se esforçar e se entregar, confiando que seus 90 minutos a qualquer momento se farão valer por conta de um mísero passe, ou belo chute que possa vir a dar. Quando estes lances não ocorrem, faz partida medíocre.
Se não foi um primor de jogo, porque ainda existem defeitos, as mudanças devem ser comemoradas e muito. E o mais importante: devem ser mantidas. Se não fossem os erros de cruzamento de Eltinho, e as perdas de gols de Rafael Silva e Everton Ribeiro numa saída errada do goleiro do Rio Branco, o placar poderia ter sido bem mais elástico.
Quando Rafinha voltar, oxalá contra o ASA, mantendo esse time de domingo, talvez fosse a hora de oferecer à Lincoln um banco pedagógico.
Mais que a liderança, que devolve ao maior, seu posto de direito, devemos recuperar a confiança e o bom futebol. Talvez o primeiro e pequeno passo tenha sido dado hoje em Paranaguá.
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