Futebol: Razão x Emoção
Conforme vamos ficando mais velhos, aprendemos que a vida é uma batalha repleta de vitórias e derrotas.
Mas nem toda a bagagem adquirida ao longo de uma vida nos ensina exatamente a como vibrar serenamente com os sucessos, muito menos a como não sofrer, e muito, com as perdas.
Prova disso foi o que ocorreu comigo nesta final: deixei o Couto Pereira antes do término do jogo, o que em 25 anos de Couto Pereira jamais havia feito.
Totalmente frustrado com a falta, inexistente, marcada e que se tornaria o lance originário do gol dos porcos, bem como pelo pênalti sofrido por Rafinha, logo na seqüência, que, lógico, não foi marcado, somado à tendenciosa e malandra arbitragem do primeiro jogo da final, simplesmente, sem avisar aos amigos que me rodeavam, virei as costas e fui.
Amigos aos quais, pela indelicadeza, peço públicas escusas.
Depois de lutar por alguns minutos, com o rapaz do portão do Couto que não me queria deixar sair, obtive êxito em minha fuga, e caminhei, já arrependido por ter ido embora, solitário até onde estava o carro, e depois, até minha casa.
A solidão do momento foi fundamental para restaurar minha calma e me fazer pensar: o que ganhamos quando perdemos?
Casca? Armadura? Pode ser...
Não quero aqui tentar diminuir a dor e a tristeza Coxa, que está estampada no clima cinzento, nos rostos incolores, no riso dos invejosos, e até no gosto amargo do cafezinho. Quero apenas e tão somente tentar perceber e valorizar o que ganhamos com dois seguidos vice-campeonatos:
Experiência? Certamente.
Projeção nacional e espaço na mídia? Sim, fizemos nossos patrocinadores felizes.
Mas o que de melhor ganhamos?
Sem dúvida: RESPEITO.
Respeito dos adversários e de todos aqueles que estavam, pela pirraça bairrista, de olhos vendados ao Coritiba Foot Ball Clube e sua maravilhosa torcida.
Perdemos o título, sim, e daí? O futebol não é mesmo uma feiticeira bela, injusta e malvada, que só nos judia, maltrata, e pela qual somos perdidamente apaixonados?
Então, não temos muito do que reclamar, sabíamos onde estávamos nos metendo...
E este respeito, com suor e sangue ganho, reforça e reafirma algo muito maior, algo que nenhum time nem árbitro jamais poderão nos furtar, algo que nos faz seguir alviverdes, sócios, eternamente, não importa onde, nem como, freqüentando religiosamente este Templo do Futebol que jaz entre a Ubaldino e a Mauá:
O orgulho de ser coxa-branca!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)