Futebol: Razão x Emoção
Van der Lei. Leandro Almeida, Luccas Claro e Welinton; Norberto, Rosinei, João Paulo, Pedro Ken, Dudu e Carlinhos; Mazinho. Se o Coxa de 2014 se caracterizava pela cadência proporcionada pelo estilo refinado de Alex, e pelo menos talentoso, porém também cadenciado Robinho, o time de 2015 deverá caracterizar-se pela velocidade e movimentação.
As contratações e dispensas fazem-me esperançoso. A zaga é coesa e entrosada, e o meio campo, com cinco homens de relativa habilidade, porém velozes e com bom passe, será o motor da equipe à abastecer o(s) atacantes. O San Lorenzo, campeão da América em 2014, o Southampton, que está em terceiro na tabela, tirando o lugar que deveria ser dos bilionários da premier league, o Wolfsburg em segundo lugar na bundesliga, atrás apenas do intransponível, Bayern, são exemplos de que um time pode ir bem sem um grande craque, sem medalhões, mas com jogadores bons, voluntariosos e nas posições certas.
Ademais, a realidade financeira do Coxa não permite que seja de outra forma: salário justo, pago em dia, pés no chão e trabalho duro. E verdade seja dita, no futebol brasileiro hoje jogando, noventa por cento são tiriças, e o resto tem alguma qualidade. Não admito que chamemos Ricardo Goulart, Tardelli, ou Paolo Guerreiro, pra me ater aos mais caros e badalados, de craques.
CALOTE FUTEBOLÍSTICO E A EVOLUÇÃO NATURAL
O “Novo Código Civil” demorou quase quarenta anos para tramitar no congresso, e este quis empurrar goela abaixo dos contribuintes, a toque de caixa, uma medida provisória para tornar legal o calote dos clubes. O governo, este mesmo que está atolado até o escalpo nas fezes da corrupção, vetou o artigo correspondente à medida inescrupulosa.
O que precisa ser aprovado é a lei de responsabilidade fiscal dos clubes. Esta sim, que já tramita no congresso há meses, corresponde aos interesses da nação de chuteiras. Fair play financeiro, punições competitivas para falhas tributárias e trabalhistas, enfim, é este o texto da mudança que o futebol precisa. De toda forma estamos num processo de transição. O conceito de clube empresa, a necessidade de sócios contribuintes, bem como de estádios mais seguros e confortáveis, que há pouco tempo eram sonhos distantes, hoje são realidade. Aos poucos, os clubes estão se adequando à sua realidade financeira, e, logo, logo, atletas e treinadores que não valem nem um quarto do que pedem, serão excluídos do mercado pela lei da oferta e da procura.
Mais por desejo, mas também por constatação, a década 2010 a 2020 será lembrada como a de aperfeiçoamento do futebol brasileiro. Quem sabe em 2021, 2022, extirpadas todas as pragas que assolam o gramado, possamos colher os frutos dessas pequenas sementes que plantamos hoje, e que nossos filhos tenham um futebol mais bonito de se ver dentro e fora dele.
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