Futebol: Razão x Emoção
No último dia 21 de setembro, o presidente Vilson Ribeiro, conforme matéria veiculada pelo jornal Gazeta do Povo, reatou com a organizada Império Alviverde. A negociação teve como expoentes o próprio Vilson, e o atual comandante da organizada Reimackler Alan Graboski, que passou de algoz, ao patamar de negociador responsável pela readequação de conduta da organizada e grande mentor de seu retorno aos estádios com seus adereços completos.
Com esta aproximação, um dos pilares do choque de gestão de Vilson, a separação da organizada e do clube, se enfraquece. E um dos mais significativos fragmentos da torcida Coxa, a Império, se fortifica, autorizada novamente a atuar caracterizada dentro do estádio.
Por mais que Vilson queira dizer que foi uma reaproximação longa e lenta, e que o motivo do retorno se baseia na mudança de postura de seus integrantes, esta conciliação só teve seu ápice porque o time vai mal. E, certa ou errada, foi uma atitude populista do nosso presidente.
Nada estranho que a mesma Império que foi “banida” do estádio em 2009, seja readmitida quando o time está às portas da zona de rebaixamento. Vilson sabe de sua importância dentro do estádio. Apoiando, cantando e vibrando, ao invés de protestando. Não é a primeira vez que vemos atitude como esta por parte de dirigentes do futebol brasileiro, tampouco será a última.
A decisão de banir a Império foi uma medida extrema para um momento extremo, generalizadora e excepcional, e não mais necessária para o atual momento. Além do que, proibir a entrada de organizados caracterizados jamais impediu a Império e seus integrantes de entrarem no Couto Pereira, sendo a medida muito mais psicológica e até econômica do que prática.
A organizada, por sua vez, é um fragmento da sociedade, padecendo dos mesmos problemas que a sociedade como um todo, sendo composta por pessoas boas e más. Creio que sua imensa maioria sejam pessoas de bem, que não conseguiram, contudo, impedir o mal feito pelos vândalos descontrolados em 2009, tendo todos que “pagarem o pato”.
Até agora.
Afora a falta de "feeling” na escolha dos cânticos em alguns momentos do jogo e o fato de se auto exaltar às vezes em excesso, reconheço sua importância e não objeto a presença da Império fardada no Alto da Glória. São pessoas como os membros da bateria, o pessoal da logística das faixas, do camisão, dos papéis higiênicos, das bexigas e dos fogos de artifício, que ajudam o time e a torcida a serem eternos. Paixões que passam de geração a geração.
São estes abnegados de bem, da Império ou de qualquer outro movimento organizado e pacífico pró Coxa, que ostentam suas faixas e tremulam suas bandeiras, faça chuva ou faça Sol, no famigerado paranaense ou numa final de Copa do Brasil, que ainda dão cor ao estádio de futebol cada vez mais politicamente correto e sem graça.
Fiquemos, então, felizes com a reconciliação.
Esperemos, contudo, que os vândalos travestidos de torcedores, pústulas que assolam todo o futebol nacional, não retornem, e que sejam, estes sim, banidos e punidos exemplarmente pela justiça, pelo mal que fizeram aos agredidos e ao Coritiba.
Esperemos, finalmente, que o projeto de Vilson não se enfraqueça ainda mais, e que sua gestão equilibrada se mantenha, e se aprimore. Que não esmoreça ante as dificuldades momentâneas, bem como que o time do Coxa ajude, se mantendo firme na primeira divisão e na sua jornada de crescimento a longo prazo.
A torcida certamente não esmorecerá! Pois, é tudo o que precisamos no momento, e sempre: força, paz e união entre todos os Coxas Brancas!
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