Futebol: Razão x Emoção
Primeira Leitura.
Carta de São Carlos apóstolo aos desditosos.
Naquele tempo, o povo andava sofrido. Vagando macambuzio pelas várzeas como leprosos sifilíticos. Caçoados, chicoteados e chacoteados.
Do lado do cemitério, a par do perpétuo socorro, o alto da glória havia se tornado o monte do calvário. E os outrora espíritos de luz, ora são crucificados em via sacra que não se encerra.
No interior do templo em novena, diante da escassez e da miséria da população, os sacerdotes estavam reunidos a decidir o futuro da cidadela.
O sábio justus, tomou o cale-se em suas mãos, e se dirigiu à plebe rude:
- É comum que durante os festejos de Páscoa deixem ir um dos condenados desacreditados. Quem quereis que libertemos? Perguntou o ungido.
- O que comanda com punhos de ferro, a quem chamam de intocável, ou seu servo corpulento?
- Ambos! Deixe que se vão ambos! - A multidão respondeu.
Colérico, retrucou o altíssimo:
- Não sois vós os que queriam mudanças? Do que reclamam? Fariseus! Não nos escolhestes como seus novos senhores e mestres? O que temem, incrédulos? Somos a Santíssima Trindade! Os três corpos! Crede!
O povo, entreolhando-se, num misto de tristeza, culpa, insegurança e raiva, desejava acreditar nas palavras do profeta. Apedrejado, os de vestes verdes anseiam por esperança.
- Regozijais! Estamos no caminho certo! O da porta estreita! Emendou o profeta.
A multidão podia ver a festa que se desenrolava para além do Jordão. Era dia de júbilo nas terras baixas. Longe do Cristo Rei, para lá de Jericó. Lá onde a persistência e a insistência deram certo. Mas onde havia o maná da competência, da eficiência, que não é visto no morro do calvário.
Mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que nosso exército subir aos céus. Pensou o rebanho de ovelhas, sucumbindo silente ao incomplacente pastor.
Palavras da salvação?
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)