Futebol: Razão x Emoção
Por favor, devagar com o andor ao falarmos do menino Evandro. Nosso futebol – não só o do Coxa - está tão pobre que qualquer meia boca que surge é tratado como craque. Ontem, após a transmissão da partida, o narrador de uma Rádio quis passar o gol de novo para homenagear o menino. Ora, tudo bem, o piá nos salvou, mas homenagear um menino de 18 anos por fazer seu trabalho me parece demais. O pior é que estes mesmos, que trabalham no limite da hipocrisia, colocam o cara num pedestal, para, após os primeiros erros, crucificá-lo. E não só ele, mas também o clube, o treinador e a torcida, por enaltecerem o cara, por queimarem o cara, enfim, a ocasião faz a opinião. Os únicos que nunca são culpados são os telefones sem fios que, como se diretamente de Deus recebessem a missão de nos trazer a informação “doa a quem doer”. Penso se não está certo o ditador, que não deixa ninguém entrar no CT. O clube dele deixou de vender jogador por que não entra repórter nos treinos? Não. A torcida dele tá na rua protestando por querer repórteres nos treinos? Não. Você deixou de ouvir notícias daquele clube por conta dessa proibição? Não. Sem a mídia esportiva o futebol continuaria a existir, mas e a mídia sem o futebol?
Mea Culpa. Nós também alimentamos isso, com nosso desespero, nossa carência e nossa necessidade de um salvador da pátria, um fio de esperança e uma tábua de salvação. Foi um belo gol da base, cruzamento de Rafael, penetração de Evandro, ótimo. Ponto final. O jogo foi bom por parte do Coxa, troca de passes, não com muita técnica é verdade, mas com vontade, verticalidade, gana de ganhar o jogo. Provamos que não interessa quem enfrentamos, mas sim quem nossos adversários enfrentam. Não fosse nossa situação ridícula na tabela, o resultado seria normal: empate entre duas tradicionais camisas do futebol, porém, pelo contexto, lamentamos a perda de mais dois pontos em casa.
Cartão amarelo para os “belezas”
Dar poder aos árbitros, figuras conhecidamente ruins profissionalmente e questionáveis moralmente foi arriscado, ainda mais partindo da desmoralizada CBF. Mas o fato é que a medida de não tolerar reclamação, pelo menos por mim, é vista com bons olhos e vem dando resultado. O tempo de bola rolando parece ter aumentado em detrimento das ceras e chiliques dos jogadores.
Se nossos professores da base - que tem o trabalho atrapalhado por assessores, pais, empresários, repórteres, tietes e aspones bajuladores - não conseguem ensinar seus atletas a jogarem de maneira correta, sem escândalo, sem cai-cai, sem rolar no chão pateticamente após qualquer tostão; que eles aprendam na força a respeitar a autoridade. E aos clubes, que punam seus atletas irresponsáveis, marrentos e birrentos, com perdas salariais, pois, o mínimo que se espera de um atleta profissional é conhecer e respeitar o regulamento. É chegada a hora do desmame.
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