Futebol: Razão x Emoção
Bastardo, termo usado corriqueiramente em seu tom pejorativo, possui um significado jurídico antigo. Preconceituoso até. Diz o Aurélio sobre o adjetivo:
1 gerado fora do matrimônio; adulterino. não reconhecido.
2. p.ext. que se degenerou; que não é puro (em relação à espécie a que pertence).
Bastardo não é sinônimo de órfão: quem perdeu os pais ou jamais os conheceu; é qualidade de quem sabe quem seus pais são, mas deles não recebeu nada além da indiferença.
Essa sensação de não pertencimento, de filhos não reconhecidos, ou que não recebem o afeto e o carinho do seu pai, que nessa nossa metáfora é o dirigente, fez com que muitos filhos se apaixonassem pela “tia” que melhor lhes acolhe, a torcida organizada. Fez outros filhos abandonarem de vez a casa, alimentando aquele amor de longe e outros tantos, simplesmente desistiram da relação e cortaram de vez o cordão umbilical. É essa sensação de abandono que põe em risco, - e é isso que mais temo ao olhar meu recém-nascido – o surgimento de uma nova safra de torcedores.
Como todo caso de família, este chegou aos ouvidos da vizinhança, encontrando porto seguro na mídia que, apesar de alguns excessos maldosos, apenas retumba o fato inconteste de que na nossa família existe de tudo: estelionato, estupro, adultério, etc., e etc. Os novos contratados, que mais parecem saídos daquele reality show “The Biggest Loser” são mais uns a entrar no coração da Mãe Coritba e mamar em sua teta.
Alienação Regimental é o que os dirigentes do Coxa fazem, há vinte anos, no mínimo. A ausência financeira, o descaso e o comportamento perdulário abençoado pelos conchavos e acordos mesquinhos nos tornou bastardos. E nessa condição, desesperados e desacorçoados, aceitamos acreditar em qualquer pílula dourada, qualquer pupilo de ouro, qualquer Bacellar que nos seja oferecido como pai e salvador.
Mas qual a solução para esses filhos? Qual a saída para esses que já se rebelaram, manifestando sua indignação e sofrimento pelo mundo real e virtual? Emancipar-se! Parar de esperar que a solução venha de cima. Parar de ouvir conselhos e conselheiros. É hora de os filhos saírem dos quartos e das dispensas, e assumirem suas posições na sala de estar. É hora de pegar o controle remoto nas mãos, abrir a geladeira, e ver o que dentro dela cheira tão mal. Abrir os armários, guarda-roupas e raspar-lhes o mofo e as traças. Tirar o pó das estantes e arredar os móveis velhos. Dedetizar do subsolo ao teto a casa e desratizá-la por completo, limpando-a até não sobrar uma única barata. Lavar a roupa que se encontra há anos sobre o tanque formando pilha imensa.
É hora dos dependentes tornarem-se responsáveis.
PS. Vem aí o Bernardo. Futuro parceiro de Kleber no ataque das cocotas da Woods, Shed, Ws e por aí afora. A noite Curitibana agradece.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)