Futebol: Razão x Emoção
Antes tudo era mato. Mato e índio. Até que os portugueses chegaram à ilha de Vera Cruz, Santa Cruz, Monte Pascoal e etc. A história do Brasil, Bahia e Coritiba, nos permite traçar vários paralelos e criar alegorias sobre o momento atual do verdão. Os portugueses procuravam águas calmas para ancorar suas naus, e encontraram. Atracaram séculos atrás em um remansoso recôncavo. Um Porto Seguro, como chamaram. Localidade posteriormente rebatizada de Santa Cruz Cabrália.
Como os portugueses, o Coxa procura encontrar não na, mas no Bahia, como um dependente químico, a tão sonhada e difícil reabilitação. Tivemos várias recaídas ao longo desse ano, ou melhor, tivemos alguns curtos períodos de sobriedade e melhora. Ilhas de alegria e vitórias em um mar revolto de desespero e rebaixamento.
Se o Brasil é, há séculos, o país do futuro, o Coxa, é, há décadas, o time do passado. Ambos sofreram e ainda sofrem com administrações nocivas e perniciosas. Pessoas não apenas incompetentes, mas inescrupulosas e irresponsáveis que queriam não outra coisa a não ser pilhar nosso clube, destruir nosso time e vilipendiar a honra da torcida.
Sonhamos, com a SAF, com um futuro digno de nossa história, ou melhor, com um futuro que nos permita construir uma história realmente vitoriosa em níveis nacional e internacional. Mas ainda é preciso cortar muito pau-brasil. A picada é espinhosa e o terreno estreito e pedregoso. Não vejo condições de pensarmos em recuperação que não seja focando apenas no próximo jogo.
Sim, como os portugueses, nós enfrentamos um mar rebelde, mas eles pelo menos não tinham competição com nenhum outro navio, de nenhuma outra nação. Eram só eles contra eles mesmos numa aventura que sequer tinha destino. Nós, por outro lado, concorremos com outras 4, 5, ou até 6 equipes que lutam desesperadamente para não se classificar para o rebaixamento.
Que seja amanhã, 14 de setembro de 2023, o dia do redescobrimento do Coritiba! Um Coxa cosmopolita, com atletas de diversas nações, idades e estilos. Que tenhamos enfim, um time, algo que nos faltou desde o início desta viagem.
Que os deuses do futebol, e dos mares, não nos permitam morrer na praia.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)