Futebol: Razão x Emoção
Antes da abertura democrática em 84, e até um pouco depois do fim da ditadura, mesmo que abalado pela eleição indireta de Tancredo, houve um movimento comandado por Sócrates chamado democracia corinthiana.
O movimento surfava nos ventos libertários que abalavam a nação na época, embalando passeatas e ressoando nos acordes do rock and roll tupiniquim. Pregava a liberdade, claro, de treino, de voto, de tudo.
Aquele time foi vitorioso? Não muito. Ganhou dois paulistas, que na época eram sim, grande coisa, mas, nada mais.
Prova de que a democracia não serve? Não vale a pena? Calma.
De fato, não há como se governar um país com punhos de ferro e uma mente de palha, como temos visto. Não dá pra governar um país com projetos anti-sociais, batendo na mesa e impondo sua distorcida visão de mundo. Sabem por que?
Porque um país, sobretudo continental como o Brasil, tem diversas vontades, desejos, sonhos, e, principalmente, necessidades. Uma pessoa acreditar que resolve tudo, e milhões de pessoas acreditarem que uma pessoa resolverá tudo, é insanidade coletiva, ao melhor estilo Jim Jones. Um presidente jamais representará "o povo" brasileiro", mas sim um determinado grupo, que, deve buscar suas prioridades sem deixar de dialogar com as vontades alheias. Jamais impor sua ideologia goela a baixo dos demais cidadãos.
Prova de que a democracia serve pra tudo? Calma.
Em time de futebol, na minha opinião (apenas) futebolisticamente reacionária, muita democracia gera de fato balbúrdia. É preciso que você tenha um norte muito sólido, um estatuto social muito consolidado e uma estrutura muito enxuta e azeitada para que não seja consumida pela democracia.
O CAP é prova de que sim, um time de futebol pode ser governado com punhos de ferro. Tal qual uma empresa, que tem um dono, desde que este tenha talento e tino para o negócio, delegue corretamente, reconheça e dê espaço ao brilho dos seus talentos, não há necessidade de democracia "em excesso". Uma poliarquia mínima, basta.
Mario Celso Petraglia é um dos maiores presidentes da história do Futebol Brasileiro. Um ponto de equilíbrio aparentemente perfeito entre os exemplos de legítima dominação weberiana.
Parabéns adversários athleticanos, que também leem este blog. E digo mais, tendo em vista as eliminações de ontem, o co-irmão tem tudo para sagrar-se campeão desta Copa do Brasil. Que assim seja!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)