Futebol: Razão x Emoção
O campeonato ainda não acabou, mas, podemos já perguntar: 2022 foi um ano bem ou malsucedido? Tomando por base as primeiras rodadas do campeonato e as expectativas geradas nos incautos - como eu - foi um ano de fracasso. Mas se analisarmos o quadro geral, sobretudo o objetivo principal - nos mantermos na série A - é óbvio que foi um sucesso retumbante.
Tivemos tudo que um time qualquer precisa ter para fracassar: troca de técnicos, contratações duvidosas, desfalques importantes, vendas de jogadores por preço baixo, enfim, o “combo-rebaixamento”. Mas por dois motivos nos salvamos: nossa torcida, sobre a qual falarei mais à frente, e pela mediocridade dos times que cairão, e que não deve se fazer presente no próximo brasileirão.
Ano que vem a tendência é que tenhamos um campeonato ainda mais difícil, tendo em vista assunção de times tradicionais, quais sejam, Grêmio, Bahia, Cruzeiro e Vasco. O que esperar então de 2023? Outra fuga desesperada do rebaixamento? Talvez. Talvez seja essa nossa realidade por alguns anos ainda. Acho inclusive que a compreensão dessa realidade foi a receita para nossa manutenção na Série A este ano.
Enfim a torcida coxa-branca percebeu o tamanho atual do clube. Enfim, compreendemos qual nossa realidade e pelo que brigamos nos certames nacionais. Somos hoje um clube médio, com tradição e grande torcida. Carregamos o time nas costas dentro de casa, mas, fora, sem nossa força, o time torna-se comum, facilmente dominado e batido
Atualmente não temos como competir com os times do eixo, os super endinheirados e às vezes nem mesmo com os clubes empresa sem torcida, como Cuiabá e Bragantino. Nossa realidade é de sobrevivência e fortalecimento. Precisamos estruturar a SAF "para ontem", sob pena de sermos condenados a sermos um time de série B. O futebol hoje é feito com muito, mas muito dinheiro mesmo, e não mais com promessas vagas e amor à camisa. Nossa torcida salvou o time este ano, mas ela não conseguirá sozinha, sem profissionalismo, investimento e boa gestão, salvar o clube.
Sinto que em 2022 finalmente aprendemos que não temos o time de 1985, e que o futebol também não é mais o mesmo do século passado. E só por isso já valeu.
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