Futebol: Razão x Emoção
Mais uma corrida eleitoral se inicia, e mais uma vez estamos entre opções estapafúrdias como Paulinho "gogó" - que não deveria sequer ter espaço por aqui -, fracassos retumbantes como Samir Namur, e outros tantos com discursos "mais do mesmo" como o de Renato Follador que haverão de surgir.
Para que não caiamos no canto da sereia, e não elejamos outro "mico" salvador da pátria como presidente, vou aqui dar algumas dicas rápidas de como você eleitor verde e branco pode racionalizar o processo de escolha do seu candidato. Alguns candidatos devem ser automaticamente eliminados como opções viáveis de voto dentro os quais aqueles que:
a) prometam entregar qualquer resultado sólido, financeiro, comercial ou futebolístico num prazo menor que 10 anos.
b) prometam que sob sua administração " O coxa vai entrar para disputar todos os títulos dos campeonatos que participar, porque um time como o Coxa sempre entra pra ganhar" e blá, blá, blá;
c) discursem sem metas concretas, sem dados, e apelem para abstrações como "amor ao clube", "alma guerreira", "voltar de onde nunca deveríamos ter saído, etc., e etc....
d) não falem em demissão maciça e redução de custos com a administração.
Por outro lado, candidatos que podem ser considerados como opção são aqueles que recusam o discurso apelativo, e que NÃO digam apenas o que nosso sofrido e combalido coração verde e branco quer ouvir. Candidatos sérios devem ter noção e dizer abertamente que:
a) estamos perdendo receita, respeito e, pior, futuros torcedores;
b) precisamos de uma reformulação no modo como nos relacionamos com a imprensa. Colocar o pingo no i - de imprensa - e restabelecer a ordem natural das coisas, qual seja: é a imprensa que precisa do Coritiba, e não o contrário.
c) não falaremos mais em venda de terrenos, novo estádio, novo CT, e outras quimeras nababescas que só nos transformam em motivo de chacota nos grupos de whats app.
d) precisamos demitir funcionários e pensar na terceirização de setores inteiros, sobretudo setores de marketing, administração de contratos entre outros que podem e devem ser desenvolvidos por especialistas. Devemos substituir cargos, funções, e implementar uma gestão baseada em projetos.
e) nunca mais nenhum atleta vai vir "encerrar a carreira no Coritiba". "Vá encerrar a carreira na pqp, aqui é lugar de trabalho sério, árduo, não palco para medalhões bichados virem dar uma última afagada nos seus egos senis."
Essas são premissas básicas e filtros iniciais que nós devemos ter nesse processo eleitoral. Mas mais que o eleito, pessoal, o eleitor coxa-branca precisa se reinventar.
Precisamos esquecer o futebol e os resultados positivos em campo por um período não inferior a 2 gestões. Se conquistarmos algo durante a implantação do novo modelo, tanto melhor, mas não é esse o foco.
O foco é se tornar um clube não desesperadamente dependente dos valores pagos pela televisão, calcado no desenvolvimento de atletas para consumo e comercialização, e que, gere receita sustentável e crescente a longo prazo. Pra utilizar termos da moda o Coxa precisa impor-se um mindset de start up.
Um futuro bom gestor deve se despir do revanchismo e da pequenez alimentada por uma rivalidade que hoje só existe em nossas cabeças e por um saudosismo que eleva ao céu períodos nem tão bons assim.
Deve, ao invés de vender suas ideias como revolucionárias, afirmar que devemos seguir "cases" de sucesso. Cases que não estão no Rio de Janeiro, nem em Liverpool, muito menos em Leipzig, terra do bem sucedido infante futebolístico Red Bull, mas que estão aqui no nosso quintal.
E pra não dizerem que polemizei de menos, digo 2 coias: Primeiro: Samir Namur não é o fundo do poço. Bacellar também era o fundo do, poço lembram? Mesmo assim continuamos cavando... Tenhamos sempre em mente que tudo que está ruim sempre pode piorar, e muito. Mudar por mudar não leva a nada, talkey? Segundo: sem falsas esperanças, poucos são os eleitores minimamente conscientes e capazes de refletir sobre o tema desta coluna. E as chances de termos alguma real mudança para melhor é ínfima.
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