Futebol: Razão x Emoção
Espasmos. Como um doente terminal, o Coritiba se debate, luta, mas encontra limitações em seu próprio organismo. O lado esquerdo está paralisado. O direito, treme. O cérebro não funciona, se é que já teve um. Os pulmões, cansados, até tentaram sobreviver rodadas atrás, mas falharam novamente. Só o coração bate, fora do ritmo. Pulsando loucamente para manter o sangue ralo circulando nas veias entupidas.
A família se apega a qualquer esboço de respiro, a qualquer batimento cardíaco mais forte, qualquer abertura de olhos. Mas o diagnóstico frio é desanimador. Desolador. Catorze míseros pontos. Em breve, teremos menos rodadas a disputar que pontos marcados. A situação do paciente Coxa é crítica. O desfibrilador estragou, de tanto uso.
Três especialistas já passaram no comando do tratamento. O primeiro não conseguiu ajustar o treinamento e trocou de paciente. Hoje, tratando outro paciente, deixa a impressão de que o problema do Coxa não era o médico. O segundo, comandante estilo linha dura, não durou. Seus métodos não agradaram ninguém, nem paciente, nem a família, nem a gerência do hospital. Gerência que há décadas bate cabeça.
Entre um treinador e outro o hospital é vendido, e uma nova equipe se forma. Com a expectativa lá em cima, a torcida se frustra mais uma vez, pois, os reforços parecem não ser suficientes para salvar a empresa da falência, e o paciente da morte.
O terceiro comandante chegou com muita esperança e confiança. Animando a família, reanimando o paciente, mas, a doença do Coritiba é crônica, requer tratamento longo. A euforia logo passou, e, hoje, a dura realidade que se apresenta é a de que talvez não haja esperança.
O Coxa é seco, anêmico. Não há gordura para queimar. Não há força para se levantar. O metabolismo não consegue fazer frente à pujança dos adversários. Por mais que haja reza e luta do lado de fora, o paciente não responde. O Coxa está em coma. Prestes a ser removido à ala B.
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