Futebol: Razão x Emoção
Sim senhores, o cap, não o Coxa. Quando o Coxa? Não sei. A continuar nessa toada, nunca. Desde a implantação do “petraglismo” no clube – que só ficou sob a égide de uma oposição moderada quando o hoje exilado Marcos Malucelli assumiu a presidência – foram necessários apenas seis anos para alcançarem um brasileiro, 2001; dez anos para chegar à primeira final internacional, 2005 – que perderam em grande parte por conta da mesquinharia do presidente do Coxa à época - e mais treze anos para estar novamente disputando um lugar de destaque na america latina.
O cap era um lixo, uma mixórdia. Na aurora dos anos noventa, faziam vaquinha para pagar a conta de luz e dar almoço a seus atletas. É o que hoje nós fazemos no coxa, com um pouco mais de dinheiro é verdade, mas muito, muito mais dívidas também. Entre quedas à segunda divisão, e outros problemas graves por corrupção, em vinte anos, o boom atleticano é notável. A baixada subiu, e hoje a olhamos de baixo para cima, ainda que embebecidos da empáfia de morar no “alto da glória.”
Mas o que eles fizeram de diferente?
Bom, não conheço os meandros e os bastidores do clube rubro-negro mas, de fora, é possível dizer que eles apostaram no modelo empresarial e na continuidade de comando e projeto. O “Mário”, como é chamado por seus chegados, como, por exemplo, o Ilustre comentarista Fernando Gomes - que se afoga se o mandatário entrar numa piscina com água até à cintura - não é um democrata, não é flor que se cheire, e também não é santo, haja vista o escândalo com Ivens Mendes, e o atual escândalo da construção da arena com dinheiro público. Mas sua habilidade gerencial é inquestionável, tanto quanto sua visão empresarial. Resultado: crescimento econômico, esportivo e institucional.
Enquanto nossa torcida envelhece junto com nosso patrimônio, a deles revigora-se de "vlogers" e "youtubers" da geração arena. Enquanto nós sentamos em nossa superioridade local, contentando-se em “ ter sido campeão primeiro”, eles nadam de braçadas rumo são futuro. É muito improvável, mas pode ser que ano que vem ou no outro, nós, por um acaso do destino como ocorrido com o pródigo Flamengo de Adriano de 2009, conquistemos um título importante e o cap caia à série B, ou C. Mas será viável contarmos com esta sorte e continuarmos administrando o clube como uma confraria de amigos e inimigos eventuais, sem planejamento para o futebol, e, à mercê de nosso embolorado staff administrativo, que, do porteiro ao diretor, passando pela comunicação, marketing, e advogados, tem aquele nefasto espírito de burocracia pública?
Precisamos refundar o Coxa. E eu vou sim continuar falando do co-irmão, e comparando-o conosco. Afinal, ele ainda é nossa medida, e assim deve ser para que nunca sejamos medidos em "Paranás". A inveja é um pecado, o ódio, uma praga, mas o reconhecimento é uma virtude. A grama do vizinho é sempre mais verde? Não sei. Mas que é sintética não há dúvida. Aos que emputecem-se e bradam: “Meu Deus, mas esse cara sabe muito do Cap, não seria um poodle infiltrado?” Não, eu apenas sei do que falo. E em que pese eu queira muito que o cap se dê mal por conta de um ou outro amigo meu atleticano insuportável, tenho outros grandes amigos atleticanos que gostaria de ver muito feliz com a conquista do título que ora disputam.
E se você chegou até aqui merece meus parabéns e contigo compartilho o que penso ocorrerá ao fim da era petraglista. Derrocada. Um bando de abutres que como pródigos herdeiros dilapidadores de espólio milionário surfarão por pouco tempo na onda dos bons ventos e depois acabarão com o clube. Por isso Mario tem tanto medo de largar o osso. Sabe que o futuro é incerto e, também, claro, como todo ditador, não confia em ninguém.
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