Futebol: Razão x Emoção
Eu poderia ter ficado contente porque enfim começou a Série A, e por ter tido mais uma vez o privilégio de estar no Couto Pereira lotado, neste horário e dia de jogo que tanto gosto.
Eu poderia ter ficado muito contente com a atuação de Andrei, que foi o destaque não apenas para a mídia mas para todos os milhares de torcedores que estiveram presentes no gigante do alto da glória.
Poderia ter me entusiasmado ao máximo por ter visto o time com a cara do seu treinador: que cozinha o adversário, que toca a bola, que não tem pressa tampouco afobação, e que sabe quando dar a estocada fatal na hora certa.
Os jogos do Coxa não são tranquilos, aliás, só o são quando acabam, mas há mais de um ano esta fórmula vem dando certo. Ouso dizer que desde a passagem primeira de Marcelo Oliveira não conseguíamos enxergar tão claramente um time fazendo o que o treinador pede. Habemus padrão de jogo.
Poderia escolher como cume da alegria a atuação de Manga, Gamalho e seu gol, Paixão e seus dribles, William e seu posicionamento, Muralha e sua atuação quase 100% segura. Poderia escolher também o fato de termos banco, peças de reposição, e, dentro da nossa realidade financeira, sermos competitivos e realmente capazes de cumprir a meta de 2022, qual seja, não cair.
Poderia ter ficado feliz pela sorte de termos na primeira rodada um adversário de série B, combalido, abatido, questionado. Que melhor adversário poderíamos ter se não alguém que representa um confronto direto?
Mas ficarei contente com o entendimento do torcedor Coxa-Branca sobre qual é o nosso campeonato. Ficarei satisfeito com a compreensão de que nós não precisamos - e nem conseguiríamos - ser melhores que 80% dos times do campeonato, mas apenas não estar nos 20% que “garantem” o descenso.
Estou pleno de alegria por ver na torcida a empolgação de quem quer a vitória mas a clareza e a parcimônia de quem não sonha com o título. Obviamente que a atuação da diretoria e a esperança de um futuro com maiores ambições ajudam a dar esta acalmada no apaixonado coração torcedor. Mas, serei otimista e até ingênuo: acredito que estamos dando os primeirios passos rumo ao caminho para aprender a curtir o jogo, o esporte e torcer pelo time e pelo clube; não pela vitória.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)