Futebol: Razão x Emoção
Porque para ser profissional no Brasil não precisa técnica, força ou talento, basta saber cair, gemer, rolar e reclamar. Ser um bom simulador e cavador de faltas, bem como um grande reclamador “boca-dura” pode ser o caminho mais curto para quem deseja passar a vida enganando clubes e torcedores por aí.
Sim, nós jogadores de pelada podemos ser gordos, lentos, e até reclamões. Podemos esquecer o colete, não pagar a “vaquinha” no final do jogo, errar passe de trinta centímetros ou sair sem tomar uma gelada dizendo que está com pressa mesmo todos sabendo que é porque o/a cônjuge está esperando em casa com a cinta na mão.
Mas tem uma coisa que nós peladeiros não fazemos em hipótese alguma: escolher deliberadamente a queda, e preferir a falta ao invés de seguir jogando, quando diante de uma situação clara de gol.
Ao ver o jogo do Coxa na Copinha hoje (11.01.22) – deixando de lado os belos gols e a bela atuação do escrete alviverde - me atenho ao carrinho dado pelo jogador do Nacional ainda no primeiro tempo, que recebeu o cartão amarelo, em que o jogador Kaio do Coxa, deliberadamente optou por cair e rolar no chão, mesmo sem ter sido atingido. Vejam bem: Kaio sequer foi atingido, ou se foi, foi muito suavemente; por que baralhos ele abriu mão de sair na cara do gol e preferiu cair? Não é o gol a razão do jogo, Jesus amado!?
Porque com apenas 18 anos já sabe que para ser profissional deve cair, rolar e gemer. Mas por quê? Esta explicação na basta e nem deveria bastar! A questão não é comezinha e desimportante, é fundamental! Quem disse a ele que para ser profissional tem de agir assim? O que ensinam em nossa base a esses garotos que os faz marrentos, indisciplinados e simuladores?
Vejam que estou usando um bode expiatório, mas a coluna não é pra ele, ou pra categoria de base do Coxa, e sim para todo o futebol nacional. A coluna não é contra um clube em específico, mas contra o modus operandi de nossos “professores” da base. Até quando vamos ensinar nossos piás a agir assim? Sendo levianos, reclamões, e preferindo a falta ao gol?
Está aí um dos porquês do 7x1 e de o Brasil não ter nenhum jogador top five – sobretudo atacantes - no cenário internacional merecedor da bola de ouro. Está aí o porquê de nosso campeonato de elite ser terrível e uma mixórdia digna de chacota comparada ao futebol que se pratica internacionalmente. Está aí a explicação do porquê o nosso “craque” queridinho da mídia, não passar de uma fraude.
Outro problema gravíssimo é o excesso de reclamação. Uma molecada que não sabe nem limpar a bunda direito e quer dar de dedo no árbitro que, por pior que seja, representa a autoridade dentro das quatro linhas. A culpa é deles, ou de quem os ensinou e do ambiente no qual cresceram profissionalmente? Como esperar que os atletas no profissional milagrosamente se comportem com decência e respeito, se eles aprendem o contrário desde o sub-8? Que milagre é esse que a gente está esperando?
Nas competições das categorias de base, para fins didáticos, deveria ser proibido a jogadores e comissão técnica dirigir a palavra ao árbitro, a não ser que o árbitro lhes ordene a fazê-lo. Quem falasse deveria ser expulso sumária e imediatamente. Os clubes, deveriam dar sua quota de contribuição ao instituir uma penalização moral e pecuniária severa aos atletas que simulassem ou exagerassem nos “sintomas” das faltas. Garanto a vocês que teríamos em alguns anos, jogadores profissionais melhores e um espetáculo melhor, mais decente de honesto.
Sigam-me os bons! @fernandoschumakmelo
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