Futebol: Razão x Emoção
Não queria estar na pele dos diretores do Coritiba neste momento e ter de decidir a situação do nosso craque Alef Manga. Como o título desta coluna, ao analisar o caso me vejo perdido entre a razão e a emoção.
A emoção e a paixão pelo clube me fazem querer que o Coxa mantenha o Manga, e deixe-o jogar até que haja a sentença e seu trânsito em julgado. A racionalização traz como justificativa o princípio da presunção da inocência. Por outro lado, as provas vazadas até aqui, minguam essa presunção e me fazem assumir que Manga é culpado, e, assim sendo, deveria ser punido, afastado, banido.
Penso também no exemplo que o caso pode passar aos mais jovens e a todos. Punir severamente é melhor que perdoar?
Não quero romantizar a questão, mas, genuinamente perguntar: Qual o exemplo maior e melhor: a punição ou o perdão? Será que temos como fazer os dois?
Talvez sim. Pensei comigo hoje que talvez Manga devesse assumir o erro, e, em coletiva, pedir desculpas à torcida e ao Coritiba pelo que fez, devolver em triplo o valor recebido, descontado de seu salário e revertido a uma instituição de caridade, e, claro, respeitar e cumprir a punição da justiça. Será que essa seria uma boa saída? Ou será que o melhor seria mandá-lo em bora por justa causa?
Melhor mesmo teria sido tê-lo demitido lá atrás, e não ter confiado na sua versão e de sua assessoria, que, até hoje alega inocência. Isso teria tirado nosso craque, mas também teria nos tirado de vez das páginas policiais.
No meio disso tudo temos um técnico novo, jogadores que estão chegando, e um time que está se encontrando em campo, com ou sem Manga. Seja como for, tomem a decisão que tomar, Manga jamais poderia ter feito o que fez. Se for de fato culpado, como as provas indicam, ele traiu seus companheiros, traiu sua profissão, seu ganha-pão. Brincou, apostou, com o coração e as mentes de milhões de torcedores.
O sentimento de decepção aumenta porque, não sei se Manga tem a real noção do que fez, da gravidade dos seus atos. Não sei se há alguém ao seu lado pra dizer, “ cara, que cagada!” Se ele fosse pobre, o ato, claro, já seria reprovável. Agora, num país de mendigos e esfomeados, alguém que ganha mais de três dígitos por mês, fazendo o que gosta, se sujar dessa maneira é revoltante.
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