Futebol: Razão x Emoção
Bicampeão brasileiro com o Cruzeiro e campeão da copa do Brasil pelo Palmeiras, o consagrado treinador mineiro poderia muito bem esperar Zé Ricardo perder mais uma ou duas no Flamengo, e ir treinar o time da gávea. Poderia muito bem esperar Guto Ferreira perder mais uma no Inter, ou mesmo o Dorival Jr ou Levir não emplacarem e rumar para o Rio Grande ou para São Paulo. O status adquirido pelo competente Marcelo Oliveira lhe permitiria até mesmo tirar um ano sabático de estudos pelo mundo, mas ele optou por vir ao Coritiba.
O salário certamente deve ter sido o que pediu, sem negociações, mesquinharias ou barganhas por parte de nossa diretoria combalida por sua própria incompetência, mas alguém com o grau de respeito que o Marcelo tem hoje poderia se dar ao luxo de esperar por um projeto mais alvissareiro ou um time mais pronto. Ah, sim, claro, e uma torcida menos chata.
Não o fez. Aceitou o convite de nosso desesperado clube. Cumpre a ti Marcelo, agora, algumas missões dentre as quais listo as que julgo mais importantes:
1) Dar confiança ao time;
2) Fazer Anderson, Galdezani e Alan Santos entenderem que são nossos titulares e que devem ficar com a bola e não rifá-la.
3) Pôr Dodô de volta nos trilhos.
4) Dar ao ataque a consistência necessária sem que seja necessário sobrecarregar o meio campo.
5) Dar o tão aclamado – pelo próprio Marcelo – equilíbrio ao time, que não consegue atacar e se recompor com a velocidade e sincronia que os jogos exigem.
6) Ter a leitura e modificar o esquema após o início da partida quando necessário, o que a inexperiência do talentoso e competente treinador pretérito impedia.
No mais, desejo-lhe toda sorte do mundo. A nos torcedores digo: se optamos por apoiar o “fato novo” mais velho do futebol, deixemos o mineiro trabalhar em paz. Que seu trabalho seja longevo, frutuoso e que dure mais que as diretorias aventureiras. Quem sabe, ano que vem, de contrato renovado, não possa nos ajudar em um projeto mais digno. Até porque, imediatismo não leva nada, e, por mais que todos insistam em não ver, para uma instituição centenária como o Coxa, vinte anos é curto prazo.
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