Futebol: Razão x Emoção
Eu sou advogado há quase 20 anos. Tenho apreço pela norma. Aprendemos já no primeiro período da faculdade que não há sociedade sem regras, ainda que não escritas. Mas a vida ensina que muitas coisas, a maioria, talvez, resolve-se com bom senso.
Eu não iria escrever nada sobre o episódio do julgamento do TJD, até porque meus companheiros de site, e até outros veículos de comunicação não tão bons quanto o nosso já abordaram à exaustão o assunto. Mas após assistir o que ocorreu ao final do jogo entre Sergipe e Botafogo-RJ, tenho que pôr para fora e dividir com vocês algumas coisas, até em caráter de desabafo.
A primeira delas é que se a gente parar pra pensar por que a gente gosta tanto de futebol, mesmo com tantos absurdos, injustiças e canalhices, a gente não encontra resposta. Sabe como quando você repete a mesma palavra tantas vezes até perder o sentido? Assim é com a nossa paixão pelo futebol.
Convido então você a se colocar no lugar do presidente do Sergipe, como eu fiz ao final do jogo. Mas antes disso, lembre-se da adrenalina do estádio. Das horas de espera, do calor da galera gritando, do seu time entrando em campo. Olhe e sinta seus pelos arrepiando, sua voz ficando rouca ao lado de outras milhares ecoando em uníssono, naquela energia absurda que só se compara ao show de sua banda favorita. Adicione à fervura alguns copos de cerveja, e o fato de que seu time, o azarão, está ganhando por um a zero do grande favorito não até os 90 minutos, mas até quase os 100. À esta altura você já está chorando, abraçando seu filho, sua mulher, seu amigo, o pipoqueiro, o desconhecido suado e sem camisa ao seu lado, até que...o outro time empata.
Pior! Empata numa jogada de escanteio, que deveria ter sido tiro de meta, quando o jogo já deveria ter sido encerrado pelo árbitro.
Não esqueça, você é mais que um torcedor, você é também o presidente do clube, que estava prestes a realizar um feito histórico, a receber uma bolada para o seu clube, a avançar de fase, calar milhões de adversários e fazer valer a pena todo esforço seu e de sua equipe ao longo de anos.
Como você reagiria?
Apenas neste final falarei sobre o julgamento do atleTiba porque é a nota que aquele episódio merece. Um ridículo circo que estenderá sua lona agora até o pleno do TJD, e até o STJD no Rio de Janeiro, onde outros palhaços togados farão de conta que trabalham, por muito dinheiro, e nos farão rir para não chorar.
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