Futebol: Razão x Emoção
Você iria para uma empresa em que o cliente está totalmente decepcionado com o produto, fulo com os funcionários e prestes a ter uma redução absurda de receita e patamar? É como esta empresa que o Coritiba se coloca para a próxima janela de contratações. Janela que sempre foi uma ilusão. A primeira ilusão foi pensarmos que não precisaríamos da janela, pois estávamos fazendo as contratações mais caras do sul do mundo. Até foram caras, porém, com custo-benefício terrível.
A segunda ilusão era de que, com alguns pontos adquiridos com esse elenco que está aí, teríamos condições de fazer aquisições pontuais na janela do meio do ano, dando mais folego ao projeto de manutenção na Série A. Ledo engano. Vamos chegar na janela, nesse ritmo, virtualmente rebaixados.
Por fim, a terceira e última ilusão nos faz acreditar que a janela vai salvar esse time do rebaixamento. Sim, um milagre pode ocorrer, mas eu não acredito em milagres e nem deveriam dirigentes, diretores e gestores que têm de trabalhar com fatos e dados.
E o fato é que o Coritiba é uma barca furada. Sim, com reformas à vista, dinheiro no porto para reformar o convés, o mastro, o calado, mas, neste momento, está em um mar revolto e longe do cais. Mais provável para mim é que a diretoria/SAF não consiga contratar bem, e farão contratações com o selo Samir/Glenn de qualidade. E o Sr. Zago acreditar que isso vai dar certo ou é inocência ou é só fé mesmo. Pior é dizer com todas as letras que o elenco é ruim – perdendo-o – e que nada vai mudar sem mais contratações.
Não há porque, racionalmente, ter confiança na janela. Julho é para movimentar no mercado quem tá sobrando nos outros times. Os cancelados, bichados, sem clima, etc. Os bons ou meias-bocas, vão para os clubes menos piores que nós. Pra ficar ainda mais claro: algum outro time pode contratar os afastados Potker e Chancellor na janela, mas tendo em vista o passado recente deles no Coxa, vão ser solução onde chegarem? Talvez na série B até se encontrem, mas se, por exemplo, chegarem no Goiás não vão mudar o patamar do planaltino. (@heitorhedeke)
Nós, como o Goiás, não temos bala na agulha para trazer grandes nomes que estão se destacando no Brasileiro. Na Europa, muito menos. Logo, o mercado mais procurado será o sulamericano. Que, certamente deve ter vários bons jogadores e até craques, mas nossa prospecção tem sido ridícula, por isso mesmo já circulam nomes como Faravelli, do Independiente Santa Fe, o zagueiro Funes Mori, do Cruz Azul, Héctor Fértoli, do Racing da Argentina. Ou seja, o Coxa não tem como contratar, tampouco um projeto para oferecer a bons reservas e muito menos a atletas titulares em suas equipes, com 22 a 28 anos. Deve então trazer ou apostas, como as que vieram do grêmio, medalhões trintões em busca de redenção, ou atletas no "auge" do vigor físico e técnico, mas machucados ou em má fase.
O planejamento mais honesto para mim, ainda que apenas intramuros, passaria necessariamente pelo reconhecimento da possibilidade real de queda, para evitar assim contratações ainda piores em qualidade, e mais, com potencial para aventuras, desesperos e até picaretagens. Trabalhando com o cenário realista, seria possível valorizar os meninos da base, inclusive os quase nunca aproveitados Ruan Assis e Lucas Roniersh, bem como evitar ficar remunerando empresários para trazer apostas e dúvidas da américa latina. Além, claro, de já ir renegociando valores e contrato com quem se salva do elenco atual.
Enquanto isso a gente continua assim: Se não ganhar do Santos... não ganhamos.
Se não ganhar do Inter...
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