Futebol: Razão x Emoção
O empate do Coritiba em São januário precedido de um desempenho medíocre nas últimas rodadas tem levantado várias teorias acerca da queda de desempenho do time. Acredito que duas delas apenas fazem sentido: a idade avançada do elenco e o conforto de estar próximo do objetivo. O resto é especulação, com pitadas de ignorância e má fé.
Ignorância quando escutamos, por exemplo, que o treinador Coxa deveria ter colocado mais os piás da base nos jogos fáceis. Jogos fáceis?
À exceção do jogo contra o Brusque, o Coritiba só ganhou de no máximo dois gols de diferença, e a imensa maioria dos jogos por apenas um gol de vantagem.
Má fé quando escutamos que o Coxa teve queda de desempenho. Sinceramentedigo que o desempenho do Coxa e a organização tática seguem a mesma, com a diferença de que a bola não está entrando. Exemplo disso foi a última bola nos pés de William Totó no jogo contra o Remo, zero a zero, e o pênalti perdido pelo Leo Gamalho contra o Cruzeiro. Morínigo falou exatamente isso na coletiva pós jogo contra a raposa. Ocorre que nossa imprensa tem dificuldade até em vocabulário, em semântica, confunde desempenho com resultado, eficácia com eficiência. Paulo Autuori que o diga, sabe como ninguém rir da cara dos “repórteres”. René Simões faz isso muito bem, também.
O copo está meio cheio, mais que meio cheio, e quando ele estiver meio vazio, comprometo-me a ser o primeiro a falar aqui.
Dito isso, e esperançoso de que bocas serão caladas terça à noite, passo ao segundo tema da coluna: o VAR de São Januário. Aquela várzea que chamam de estádio de futebol deixa a desejar e não é de hoje. Desde os tempos de Eurico Miranda ( até antes) é ambiente artificialmente hostil, algo como um campo minado, pelo qual só os cruz-maltinos sabem andar.
Cinco minutos no lance do gol do nenê, é um absurdo! O que esses senhores do VAR estão fazendo lá? Ignorantes! Incompetentes! Cinco minutos!? Mata o jogo, esfria os jogadores, prejudica o espetáculo, enfim. O Brasil conseguiu estragar a ferramenta em menos de cinco anos de uso, simplesmente porque não temos recursos humanos à altura da tecnologia.
Em lance mais difícil - ajustado - no jogo Tottenhan X Westham, gol do Harry Kane foi validado em 30 segundos.
Ah, Fernando, mas não queira comparar a premiere league, com a série B do Brasileirão...
Comparo sim, pra dizer apenas que a tecnologia é praticamente a mesma. O diferencial é o capital humano, os indivíduos que comandam e apitam o espetáculo. Se por um lado nossos jogadores e técnicos possuem um comportamento horrososo, mimado, fingido e infantil; de outro, os nossos árbitros são os piores do “mundo civilizado” do futebol. Os piores!
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