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Garra, Força e Tradição
Toda história tem começo, meio e fim. Sei que essa é a ordem natural das coisas. Mas, quando você gosta de algo ou alguém, sempre torce pelo final feliz. É assim na vida, nos filmes e por que não seria assim no futebol?!
A história de Rafinha no Coritiba, infelizmente não teve o final que a torcida e muito menos o atleta gostariam…
Concordo que já não vivia seu auge, já não corria como há uma década atrás e nem era mais unanimidade, como já foi um dia; porém estamos falando de um ídolo de muitos torcedores e um dos melhores jogadores da história recente do clube. Isso é inegável, assim como o fato da enorme identificação, não só dele, mas de toda família. Quem segue sua esposa, Natália, nas redes sociais, pode comprovar que respiram o Coxa 24 horas por dia naquela casa. É algo lindo e cada vez mais raro de se ver.
A história de Rafinha no Coritiba também não começou ontem. O jogador chegou ao clube em 2010 e em pouco tempo caiu nas graças da torcida. Não só por sua inegável qualidade técnica, mas também por toda sua raça dentro de campo. Foi tetracampeão Paranaense, batendo quatro vezes seguidas no maior rival, nas finais, entre 2010 e 2013; esteve presente no recorde de 24 vitórias seguidas e chegou em duas finais seguidas de Copa do Brasil, sempre sendo um dos maiores destaques da equipe. Jogou na Arábia, foi campeoníssimo no Cruzeiro e em 2019 largou a Série A e voltou para o Coritiba, por um pedido dos filhos Tomas e Tiago, para poder ajudar no acesso. Naquele ano, Rafinha abriu mão de muita coisa (inclusive de dinheiro), pelo amor de voltar a vestir nossa camisa. Talvez, dessa forma, eu só tenha visto o Alex fazer isso.
Ídolo para muitos, para outros apenas um grande jogador. Eu não estou aqui pra discutir isso, porque acho algo muito pessoal e respeito todas as opiniões; mas é inegável que merecia outro tratamento. O cumprimento do contrato, a contagem regressiva para o fim de uma carreira brilhante e uma despedida digna de um homem que sempre respeitou essa camisa e acima de tudo o clube, seria o mínimo. Faz uma série, exclusiva para os sócios, com imagens dos últimos momentos da carreira de um cara querido por todos, assim também aproveitaria a situação e valorizaria o associado. Poderiam ganhar dinheiro, mas foram amadores, logo um clube que fala tanto em profissionalizam. E sem contar o lado humano, futebol é paixão.
Obrigado por tanto, Rafinha. Você sempre estará no coração dessa torcida!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)