Geração 90
Domingo a noite, Coritiba 0 x 0 Cascavel.
Por mais que o placar negativo sugira um jogo melancólico, a partida contra o time cascavelense foi bastante movimentada, apesar das poucas chances para os dois lados.
A grande novidade ficou por conta da mudança tática promovida pelo treinador Gustavo Morínigo, que entrou com o esquema 3-5-2, dando a impressão que teríamos um time mais ofensivo.
Ledo engano. Embora a utilização do novo esquema tenha sido bastante válida, o técnico paraguaio utilizou peças incompatíveis com iniciativa pretendida. O esquema 3-5-2 só se viabiliza mediante a utilização de laterais ofensivos ou até atacantes que jogam como pontas, fato que não ocorreu. A escalação de Biro e Matheus Alexandre nas alas induziu a equipe atuar na prática num 5-3-2 com ambos os jogadores batendo cabeça com os zagueiros de lado, Castán e Guillermo. Quando os dois alas avançaram, ficou provada a pouca aptidão ofensiva de ambos.
Outro fato que prejudicou o rendimento do esquema com três zagueiros, foi o uso de dois volantes com pouca vocação ofensiva, o que sobrecarregou o único meia da equipe, neste caso Biel. A sensação foi de que a equipe ficou sem articulação, ficando muito presa atrás. Quando Bernardo entrou no lugar de Matheus Sales ainda no primeiro tempo, o jogo começou a fluir melhor, com mais presença ofensiva da equipe.
Apesar disso, penso que Morínigo deveria ter insistido no esquema para o segundo tempo, afinal a versatilidade tática será muito importante para o resto da temporada. Não foi o que aconteceu. O time voltou do intervalo no tradicional 4-4-2, até melhorou um pouco, mas nada capaz de vencer a resistência defensiva do bom time treinado pelo nosso querido Tcheco.
Em que se pese a fraca jornada do equipe, ressalto duas peças que chamaram muita atenção no âmbito individual:
Andrey, que mostrou a qualidade que precisamos na saída de bola, com boa técnica, boa marcação e boa presença em campo, inclusive causando uma lesão em um jogador adversário com um belo drible, além de mostrar características que me agradam muito, sendo um volante vertical, criativo, que olha pra frente, faz tabelas, e que não se resume a ficar dando passes pra trás; E Thonny Anderson, que mostrou uma técnica diferenciada, participou bem de várias jogadas ofensivas, com dribles interessantes e variações que devem colocá-lo como forte candidato a titular do Coritiba caso mantenha o nível apresentado nestes minutos que esteve em campo.
Por outro lado, o destaque negativo não poderia deixar de ser a desastrosa arbitragem de João Paulo Queiróz, que até não me pareceu mal intencionado, mas sim um profissional fraquíssimo, sem a mínima postura e condição técnica de apitar um jogo deste nível. Conseguiu a proeza de não marcar um pênalti claro em Henrique, inverter diversas faltas, além de ser extremamente conivente com a cera excessiva e a violência do time aurinegro.
Passada a régua, é hora de respirar atletiba. Este clássico, neste dia, trás boas memórias a torcida Coxa Branca. Apesar de o resultado deste jogo não determinar absolutamente nada em termos de temporada, a vitória servirá de grande impulso emocional e moral, em especial para jogadores questionados. Um clássico atletiba é para os fortes, é para mostrar a alma guerreira, e é uma ocasião perfeita para aqueles atletas recém chegados começarem a criar uma história com a camisa alviverde. Um deles é Alef Manga, que eu vou cravar aqui, guardará um gol no time das terras baixas, e junto com Igor Paixão e Léo Gamalho nos conduzirão a vitória neste jogo e ao sucesso nesta temporada.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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