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Kerwin Kuhlemann21/05/21, 09h27
Geração 90

Os Oportunistas e os Abnegados

Ao longo da história do Coritiba, vimos uma série de Coxas Brancas dedicarem seu tempo ao clube, seja se tornando dirigentes, conselheiros, colaboradores, ou participando de grupos de torcedores. Todas estas funções tem grande importância dentro da vida do clube, contribuindo de forma direta ou indireta para a sua existência e evolução.

Porém, temos percebido nos últimos dias que nem todos o Coxas tem o mesmo grau de altruísmo e amor ao clube, deixando que seus egos e vaidades tornem a vida política do clube um inferno, seja pra quem trabalha internamente, ou para nós que assistimos de fora.

Neste começo de ano, a exemplo de 2015, mais uma vez nos deparamos com um projeto de desenvolvimento de longo prazo sendo colocado em risco diante dos primeiros insucessos, ocasionando o aparecimento de pessoas que ainda não entenderam que a eleição já se passou, e que o que importa agora é o Coritiba, e nada mais. Pasmem, tivemos até a gestão anterior ainda se autonomeando de “chapa”, oferecendo “ajuda” se colocando como baluartes da experiência e competência a frente da administração do clube.

Com uma sensação de déjà vu estamos assistindo pessoas, de forma oportunista, surfarem na desgraça em campo, criando factóides que em nada contribuem para o bem do clube, que só servem tumultuar o ambiente e alimentar a parte ruborizada da mídia, que por sua vez se delicia sobre a nossa crise. Ainda pra ajudar, temos torcedores que parecem estar mais interessados em likes do que em promover a pacificação imediata do ambiente interno, tão necessária diante dos iminentes desafios que se aproximam.

É lógico que a necessidade de união não deve eximir a Diretoria atual de receber as devidas críticas em relação aos graves erros neste início de gestão, desde que estas sejam de forma séria e construtiva.

Mas ainda bem que nestes momentos de crise surgem também aqueles Coxas abnegados, que não medem esforços para contribuir para o sucesso do clube. Um grande exemplo é Vilson Ribeiro de Andrade.

Vilson surgiu para a torcida Coxa Branca na maior crise de nossa história, quando muitos notáveis se esconderam, num cenário da mais absoluta terra arrasada: Time sem receitas, sem elenco, sem sócios e sem estádio para jogar. Conseguiu se unir a pessoas competentes e conquistou grandes feitos, que nunca serão esquecidos. Como qualquer ser humano cometeu erros, mas teve a hombridade de reconhece-los em entrevistas recentes ao Coxanautas. Vilson foi guerreiro, e mesmo lutando contra uma grave doença, nunca deixou o clube na mão. Recentemente, deixou as vaidades de lado e abdicou de sua candidatura a presidência para apoiar Follador, mesmo sem vaga formal no G5. Agora, ele se oferece para a missão de reorganizar o futebol do clube. Confesso não saber se ele tem realmente cacoete para a função, até agora um pouco incerta dentro do organograma estabelecido, mas admiro Vilson por sua postura sempre colaborativa, que já vem desde a gestão passada.

Devemos valorizar também os Coxas endinheirados que socorreram o clube nos últimos meses, garantindo fluxo de caixa e os salários em dia, aceitando receber o retorno sem juros ou com juros bem abaixo do mercado. Embora não seja o cenário ideal, devemos reconhecer que estes homens foram fundamentais para a viabilidade do clube neste inicio de gestão, evitando problemas ainda maiores. A regularidade das operações caberá ao conselho fiscalizar e julgar, não devendo ser matéria de especulações, expondo a imagem do clube e demandando notas oficiais.

A verdade é que o Coritiba só se reerguerá quando todas as forças políticas passarem a visar o bem do clube acima de seus egos, vaidades e interesses próprios. É triste, mas não sei se viverei tempo suficiente pra ver isto acontecer.

Estamos passando por uma momento delicadíssimo da nossa história. O acesso a série A deste ano é crucial para o nosso futuro. O prejuízo da permanência do clube por mais um ano na série B será muito maior do que sacrificar um pouco as finanças neste momento contratando pelo menos 4 a 5 jogadores de bom nível que venham preencher as lacunas do elenco, aumentando nossas probabilidades de retorno imediato a elite. Não podemos reincidir no mesmo erro da temporada 2018.

O momento exige menos oportunistas, e mais abnegados.

Dá-lhe Coxa!

Saudações Alviverdes.

Kerwin Kuhlemann

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