Geração 90
Mais uma vez apareceu uma maquete do novo Couto Pereira, remodelado, moderno, do jeito que muitos gostariam.
Prática antiga, muitas vezes repetidas, e que já é tida como um clichê entre as mais diversas gestões que passaram pelo clube nas últimas décadas, virando até motivo de piadas do rivais.
O torcedor Coxa Branca, já habituado com isso, vê a maquete com descrença, afinal é apenas um retrato de algo virtual, ainda muito fora da realidade. Eu particularmente vejo assim.
Ocorre que desta vez existem fatores que tornam essa maquete um tanto peculiar. O Coritiba não é aquele mesmo Coritiba das outras maquetes.
O Coritiba atual tem dívidas equalizadas com a recuperação judicial realizada com sucesso.
O Coritiba atual comprou nada menos que sete bons jogadores, sendo que nos últimos cinco anos, havia comprado, de forma mal sucedida, apenas Matheus Galdezani.
No Coritiba que conhecíamos, Kuscevic, Pinho, Bruno Gomes, Bruno Viana, Marcelino Moreno, Jesus Trindade e Junior Urso seriam atletas inacessíveis, que só viriam se estivessem em baixa, livres no mercado. No Coritiba do passado Robson e Luan Polli seriam contratações com status de titular absoluto. Nesse Coritiba eles vem apenas para compor elenco.
O Coritiba atual conseguiu manter todos os jogadores importantes da temporada passada, vendeu Igor Paixão por boas cifras, e já revelou na sequência Jean Pedroso e Kaio Cesar.
O Coritiba atual possui credibilidade para atrair interesses de fundos de investimentos, com altas possibilidades de firmar acordos nos próximos dias.
O Coritiba atual mudou de patamar? Ainda não. Mas é inegável que está em franca evolução. Se no campo ainda não mostrou isso, fora das quatro linhas estamos nos engrandecendo.
Muitos vão pensar... Está fazendo propaganda pra Diretoria? Não. Não conheço pessoalmente nenhum membro do G5. Mas sei reconhecer quando vejo profissionalismo e competência. Estamos calejados em enxergar aquele "mais do mesmo", aquele círculo vicioso que ocorre no Coritiba há mais ou menos 30 anos.
O campo nem sempre é justo. As vezes esconde o amadorismo, as vezes não condiz com a organização fora de campo. Mas a história nos ensina que o trabalho de longo prazo paga seus dividendos. O que foi feito até aqui foi relevante, mas ainda não nos livra do risco, na mais difícil série A da história, que enfrentaremos em 2023.
Mas confesso pra vocês que há muito tempo, muito mesmo, não me sentia tão otimista, tão iludido, de que vivenciaremos novos tempos no nosso Coritiba, e que aquela maquete nunca esteve tão perto de virar realidade.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)