Geração 90
Esta semana será aquela em que tudo irá girar em torno da permanência ou não do treinador Morínigo no Coritiba.
Apesar de não morrer de amores pelo técnico paraguaio, venho defendendo aqui neste espaço desde o ano passado a adoção de um trabalho de longo prazo no Coritiba. Esta opinião, a exemplo de outros colegas aqui do site que pensam de maneira similar, vem sendo objeto de comentários desrespeitosos, e até ofensivos de alguns torcedores, principalmente nas lives.
Porém, nada do que tem acontecido nos últimos quatro jogos me leva a crer que a troca de treinador vai nos levar a recuperação no campeonato e ao objetivo que almejamos, até porque o título estadual e o bom início de campeonato não me fizeram acreditar em nenhum momento que o Coritiba iria voar alto nesse Brasileiro. Não vejo no mercado nenhum nome que venha e possa fazer o time magicamente voltar a vencer, inclusive Mozart e Lisca, citados pela maioria dos torcedores nas redes sociais.
Na minha visão os problemas maiores do Coritiba no momento são outros: TransferBan, falta de reposição no elenco dos atletas lesionados, posições com peças insuficientes ou deficientes, e jogadores que não estão demonstrando a atitude condizente com a camisa que os vestem.
Mandar o treinador Morínigo embora seria validar a atitude reprovável de alguns atletas que não vem rendendo, e jogar uma cortina de fumaça sobre todos os problemas internos e os erros de planejamento do clube, coisa muito tradicional aqui do nosso futebol tupiniquim.
O que o Coritiba precisa é de um chacoalhão geral nesta semana, e isto inclui todos, desde a Diretoria, o Head Esportivo, até o Treinador e os jogadores, que são os únicos que realmente podem mudar a situação dentro de campo.
Defendo o trabalho de longo prazo pela simples observação dos fatos, tanto aqui no Brasil, quanto na Europa. Peguem o Arsenal e o Man. United por exemplo, duas potências mundiais que abandonaram a estratégia de manter treinadores ao final das eras Wenger e Ferguson, e penaram desde então, não conseguindo sequer se qualificar entre os quatro melhores no campeonato inglês pra jogar a Liga dos Campeões. O Arsenal está começando a apresentar melhores perspectivas, coincidentemente a partir do momento que manteve o treinador Arteta por duas temporadas, mesmo sem resultados expressivos. Por aqui, Ceni e Vojvoda colocaram o Fortaleza em outro patamar começando e terminando temporadas. O melhor time do Brasil é o que tem o treinador mais longínquo, enquanto o time mais rico, Flamengo, já está no terceiro treinador neste ano, sofrendo pra ficar entre os dez primeiros.
Na outra mão, todas as temporadas recentes em que o Coritiba teve dois ou três treinadores terminamos rebaixados ou por pouco não caímos pra série B. As melhores que eu ainda lembro foram Dorival Júnior em 2008 e Marcelo Oliveira em 2011, coincidentemente as duas últimas temporadas em que tivemos o mesmo treinador do início ao fim.
Me questionaram na live sobre o rival que trocou de técnico e melhorou. Não nego que a troca de treinador traga um novo ânimo e uma nova motivação para o grupo de jogadores. Mas na minha opinião é só isso. Na grande maioria das vezes, é uma estratégia com prazo de validade, a exemplo do que aconteceu com o Marcelo Oliveira em 2017 e Jorginho em 2020. Em alguns casos como foi com Rodrigo Santana, nem esse resultado temporário chegamos a ter.
Falando em rival, é preciso lembrar que o quase extinto Paraná iniciou sua derrocada ao demitir Allan Aal em 2020, quando estava na sexta posição da série B, de certo achando que tinha time suficiente pra conquistar o acesso. Resultado: o clube terminou rebaixado a série C, e no ano seguinte caiu pra a série D.
Por essas e outras que eu continuo sustentando a minha opinião, de que a mudança na comissão técnica não vai resolver muita coisa, sob pena de ataque daqueles que tem dificuldade em lidar com uma opinião diversa das suas, tendo a ofensa como única ferramenta para se expressar.
Pra terminar, é preciso lembrar que uma certa convicção nos fez retornar a primeira divisão ano passado depois de uma desclassificação vexatória no Paranaense e um pífio início de série B. Resta saber se a Diretoria Coxa Branca assumirá novamente essa responsabilidade, mantendo a convicção de um trabalho de longo prazo pregada por Follador, ou vai jogar pra torcida e nos fazer assistir aquele filme repetido, caro, e com um final que nenhum torcedor Coxa Branca quer assistir.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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