Geração 90
Quarta-feira a noite, Coritiba 2 x 0 Rio Branco.
Apesar de o placar sugerir um jogo minimamente disputado, a verdade é que o Coritiba sobrou em campo. O alviverde do Alto da Glória só não impôs uma sonora goleada ao time de Paranaguá – que na rodada anterior havia vencido o Operário – porque seu goleiro Ravel estava em uma noite muito inspirada, e porque o árbitro Amauri Carvalho Pahins resolveu inverter e não marcar uma série de faltas e escanteios, atrapalhando o espetáculo.
Se nos três primeiros jogos Igor Paixão já havia mostrado que será titular nesta temporada, este jogo contra o Rio Branco deu indícios que a nossa jóia da base será um grande destaque na série A deste ano. Mostrando uma evolução impressionante, Igor “Malvadeza” tem mostrado um repertório de dribles, assistências e gols que tem feito a diferença neste começo de temporada, e que indicam um grande potencial de venda para abastecer os combalidos cofres alviverdes, até pela escassez de atletas nesta posição no mercado atual.
O jovem Rafael Willian não se intimidou com estreia, embora tenha sido pouco exigido. Por mais que Morínigo confie em Muralha para ser titular, não seria muito pedir que o menino campeão da Copa do Brasil sub-20 tenha uma sequencia de três ou quatro jogos neste paranaense.
Guillermo de los Santos confirmou a boa impressão deixada em Francisco Beltrão. Zagueiro raçudo, firme e viril nos botes, mostrou um perfil que não vemos há algum tempo nos zagueiros alviverdes, exibindo atributos que devem fazer Luciano Castán colocar as barbas de molho em relação a disputa de quem será o companheiro de Henrique na zaga.
Apesar dos vários destaques individuais, o mais gratificante nesta partida foi ver o time funcionar taticamente, dispor de uma saída de bola qualificada, e mostrar alternativas no ataque. Muito disso se deve a organização tática e a escalação utilizada nesta partida por Gustavo Morínigo.
A entrada de Robinho como segundo volante deu a mobilidade e a fluidez de jogo que faltava ao time quando Willian Farias e Matheus Sales jogavam juntos a frente da zaga. Com isso a qualidade de Régis apareceu, e o time mostrou um poder de criação que há muito tempo não víamos no Coritiba.
Devemos lembrar que Robinho sempre foi um jogador que os ingleses chamam de “playmaker”, aquele cara que não tem tanta afinidade com as redes, mas se dedica a construir jogadas e organizar o meio campo do time. Portanto, dependendo do adversário acredito ser perfeitamente possível que Morínigo venha a repetir o exitoso experimento desta quarta feira.
Mas objetivamente, o que mais importa ao final desta partida é vermos a qualidade aparecendo no time do Coritiba. Por mais que raça e dedicação sejam fatores importantíssimos para um bom desempenho de um time de futebol, o que faz realmente diferença numa séria A é o entrosamento, o talento individual, a qualidade de finalização do centro avante, os passes, as tabelas e as infiltrações dos meias, entre outras qualidades que esperamos ver cada vez mais presente nas próximas partidas do nosso Verdão Coxa Branca.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)