Geração 90
O ano que vem fechará um ciclo de 10 anos (2013-2022) em que o coração do torcedor Coxa Branca foi judiado, dilacerado, mas que provou o quanto somos resilientes e apaixonados por este clube. Neste período, convivemos com campanhas sofríveis na série A e duas quedas para a série B. Tivemos gestões que abusaram do amadorismo e que contribuíram diretamente para o aumento em grande escala da dívida do clube e para o desperdício de muitos talentos da nossa base. Em 2014 e em 2017 presenciamos discursos que pregavam projetos pautados no profissionalismo, na responsabilidade e que prometiam um futuro promissor para o clube. Porém o que vimos na prática foram contratações bizarras, total falta de critério e planejamento, e muitos interesses escusos prevalecendo no Coritiba, culminando na pior e mais vergonhosa campanha em campeonatos brasileiros (2020).
Eis que neste mesmo ano um movimento se organiza para assumir a direção do clube, unindo grandes empresários e profissionais consagrados em suas áreas de atuação, mostrando para a torcida mais uma vez, um horizonte de prosperidade e reconstrução, com um planejamento estratégico de médio e longo prazo. Esse movimento, chamado Coritiba Ideal, foi capaz de fazer um dos mais fortes candidatos ao pleito a ignorar sua própria vaidade, abdicando de concorrer aquela eleição (Vilson Ribeiro de Andrade). Com um discurso até um pouco caricato, mas muito contundente, o líder desse movimento, Renato Follador, conseguiu devolver a esperança a torcida Coxa Branca de viver dias melhores.
Muitos como eu, embarcaram nesse movimento, porém com aquela pontinha de receio por ter sido tantas vezes ludibriado e enganado por discursos plásticos e convincentes, mas que nunca se tornaram realidade. Ao final, Renato Follador conquistou o torcedor Coxa Branca, tornando aquela eleição uma mera formalidade.
Após assumir, a nova gestão conviveu com muitos problemas desde o início, levando o projeto a ser colocado a prova logo nos primeiros meses. Quando todos achavam que íamos ver mais do mesmo, começamos a ver sinais de que realmente novas posturas seriam adotadas dentro do clube. A trágica eliminação no paranaense, que em outros tempos resultaria em mudança de treinador e dispensa e contratação de uma barca de jogadores, foi a primeira prova de que estávamos presenciando algo diferente. A excelente campanha na série B veio apenas confirmar que as decisões tomadas naquele momento foram extremamente acertadas.
Quase dez meses depois de terem assumido, os dirigentes alviverdes aceitaram participar da TV Coxanautas, concedendo uma entrevista brilhante e elucidativa, que todo Coxa Branca deveria assistir. Neste bate papo podemos nos certificar que o clube está tratando com seriedade as categorias de base, blindando nossos talentos com longos contratos. Além disso, foi possível perceber que o Coritiba está voltando a ter protagonismo político dentro da CBF, recuperando o respeito de outros tempos. A instituição está se modernizando, olhando para o futuro, inovando na forma de pensar e agir, buscando atrair investimentos de todos os meios possíveis, inclusive a SAF (Clube Empresa). Mas o principal, é que a entrevista mostrou que temos uma Diretoria segura no que está fazendo e que entende que saneamento financeiro se faz com elencos competitivos, pois o sucesso no campo é que vai nos trazer um orçamento maior, atrair patrocínios e especialmente atrair sócios, o maior ativo do clube.
Todos estes bons indicativos, somados a um provável acesso a série A, ainda não garantem que o Coritiba retomará os tempos gloriosos de outrora, tampouco que todos os nossos problemas estão resolvidos. O nosso destino permanece incerto, pois há muita água para rolar debaixo dessa ponte.
Mas com certeza esta entrevista provou que finalmente o clube está rumando na direção certa, pavimentando um caminho de crescimento, e reforçando a nossa esperança de vermos novamente um Coritiba forte e vitorioso.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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