Geração 90
Dois jogos, três pontos conquistados em seis possíveis, dois gols marcados sendo ambos de fora da área. Muito volume de jogo e posse de bola, mas pouquíssimas chances de gol criadas. Este é o resumo do Coritiba neste início de série B, uma equipe mais sólida defensivamente em comparação com aquela do campeonato paranaense, porém com um poder de fogo muito limitado.
O técnico Morínigo começou o Campeonato Brasileiro alterando o esquema tático do time, implementando uma trinca de volantes, com Willian Farias dando um passo atrás quando o time sai com a bola, liberando os laterais ao ataque. Na teoria a ideia parece interessante, porém na prática vimos que o time está trocando passes excessivos na primeira linha do meio de campo, tendo muita dificuldade para entrar no último terço do campo adversário. A falta de um ataque mais povoado acabou sobrecarregando Rafinha na armação e isolou Léo Gamalho na frente, forçando-o a sair constantemente da grande área.
Léo Gamalho por sinal foi contratado este ano para preencher uma carência que acometeu o Coritiba durante toda a temporada 2020: a falta de um centro avante goleador. Seu índice excelente de 0,4 gols por partida fala por si só. Porém uma equipe que se preze não pode depender de apenas um jogador para marcar gols, necessitando que os volantes e meias venham de trás aproveitem os espaços, chegando para concluir em gol. Aí é que o Coritiba tem mostrado grande deficiência, pois os volantes utilizados não possuem este perfil.
Conforme informações do portal www.ogol.com.br, os quatro volantes do Coritiba – Willian Farias, Matheus Sales, Val e Johnny Douglas somam juntos somam juntos 715 partidas disputadas em suas carreiras, com apenas 19 gols marcados, uma média de pouco acima de 0,02 gols por jogo. Destes, apenas Val demonstra algum potencial ofensivo, porém mais com chutes de média e longa distância do que invadindo a área como homem surpresa. Como comparação alguns meias/volantes que passaram pelo Coxa como Léo Gago, Tcheco, Capixaba somam 0,13 gols por jogo ao longo de suas carreiras.
Passando para os meias e atacantes do elenco, o rendimento ofensivo nas três últimas temporadas, deixa claro que Léo Gamalho não conta com companheiros com tanta afinidade com as redes.
Rafinha e Robinho são jogadores muito técnicos, porém o maior talento dos dois são as assistências e não a marcação de gols. Ambos tem uma média de 0,13 e 0,05 gols por jogo respectivamente desde 2018.
Entre os demais, temos as seguintes médias: Valdeci (0,15), Igor Paixão (0,13), Dalberto (0,11), Lucas Nathan (0,10), Taílson (0,03), e o recém contratado Gustavo Bochecha (0,06).
Curiosamente, o destaque neste quesito fica por conta de Waguininho que tem um média de 0,21 gols por jogo, o que pode explicar de certa forma a insistência do treinador Morínigo em escalar o jogador.
Como parâmetro de comparação, no mesmo recorte, o tão criticado Róbson que hoje joga no Fortaleza tem uma média de 0,33 gols por jogo.
É lógico que estas estatísticas não podem ser utilizadas de forma isolada para avaliar se o jogador serve ou não. Existem outras qualidades que são úteis para o rendimento do time. Mas é inegável que a equipe de captação do Coritiba precisa estar mais atenta a jogadores no mercado que tenham um maior ímpeto ofensivo e faro de gol, de maneira a não concentrar todas as esperanças em um único atacante.
Enquanto os reforços não chegam, o Treinador Morínigo deve repensar a utilização de tantos volantes de marcação, caso contrário teremos muitas dificuldades na sequência do campeonato.
Para concluir, aproveito para manifestar aqui toda a minha torcida e as minhas orações pela pronta recuperação do nosso Presidente Renato Follador e do locutor de rádio Jacir de Oliveira, que se encontram internados acometidos pela covid-19, que nos tem levado tantos amigos e familiares.
Toda energia positiva aos dois!
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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