Geração 90
Estava eu, sábado a noite dissertando sobre o trabalho do treinador Morínigo para postar aqui neste espaço, quando fui surpreendido pela notícia da morte do nosso Presidente Renato Follador. Embora soubesse ainda na manhã daquele dia que sua situação de saúde era grave, sempre tive a certeza que ele sairia dessa, o que me fez sentir uma profunda tristeza. Parei de escrever naquele momento pra refletir sobre a morte de Follador e deixei o assunto Morínigo pra depois.
Não conhecia Follador pessoalmente, mas tenho dois amigos próximos dele. Certo dia estava eu almoçando com um deles no Mercado Municipal quando cruzamos com Renato. Falamos rapidamente sobre vários assuntos, entre eles o futebol e o Coritiba. Na época, lembro que ele mostrou preocupação com MCP que passava por uma grave enfermidade correndo risco de vida e passou a sua visão do que o Coritiba precisava fazer para voltar a crescer e retomar seu espaço no cenário do futebol nacional. Foi uma conversa de 15 minutos, mas muito bacana.
Na verdade meu maior contato com Follador não foi pessoalmente, mas sim através das ondas de rádio, muito antes dele virar candidato a Presidente do Coritiba. Há muitos anos, ele fazia parte da minha vida cotidiana. De segunda a sexta, após deixar minhas filhas na escola pela manhã, sintonizava na rádio CBN para ouvir sua mensagem diária, que tinha como objeto principal conscientizar a população sobre a importância da previdência, o ato de poupar pensando no amanhã. No entanto, o que me fez virar um ouvinte assíduo de Follador foi o fato, de que ele alternava seus conselhos de previdência com mensagens motivadoras, com reflexões sobre o valor da vida, do trabalho e da família, além também de fazer críticas pontuais aos governos, das quais eu me identificava muito. Com toda certeza, seus ensinamentos fizeram grande diferença na minha vida pessoal e profissional.
Quando virou candidato a presidente do Coritiba, já tinha meu voto, pois via nele uma pessoa com perfil de gestor empresarial e muito fiel as suas convicções, coisas que o clube estava precisando naquele momento. Na campanha, promoveu um discurso de impacto, que fez renascer as esperanças do torcedor Coxa Branca em ver um Coritiba mais forte, mais sólido e mais unido. Seu esmagador volume de votos escancarou o sentimento da torcida, e abriu as portas para mudanças profundas na estrutura do clube, em especial no estatuto e na implantação de um planejamento estratégico de longo prazo.
Porém agora o destino lhe pregou uma peça, e ele foi descansar nos braços do Senhor, depois de travar uma dura batalha contra esse vírus que já nos levou tantas pessoas queridas. Follador se vai, mas deixa o exemplo, o legado. Uma pena ele não ter tido a oportunidade de ver os primeiros frutos de seu trabalho, o título da Copa do Brasil Sub-20 e a atual vice liderança com direito a 5 vitórias seguidas.
Espero que a partir de agora, todo dirigente do Coritiba quando for tomar uma decisão, pense antes em qual caminho Follador seguiria: o da solução improvisada de curto prazo que não vem dando certo há décadas, ou o planejamento de longo prazo que Renato tanto ensinou as pessoas durante sua vida.
Vá com Deus Follador! Junto ao seu pai Renatinho, Evangelino, Kruger e tantos outros Coxas que já estão lá no céu, olhe por nós aqui na terra para que o nosso clube reencontre o caminho das vitórias em campo e fora dele.
Que Deus conforte a todos os amigos e familiares de Follador, neste momento tão difícil!
Saudações Alviverdes.
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