Geração 90
Encerramos nossa sequencia de partidas contra os times da parte de cima da tabela com mais um empate contra o Goiás, desta vez com uma lamentável e vexatória atuação do trio de arbitragem que novamente surrupiou pontos preciosos da equipe alviverde na batalha rumo a série A.
Embora o desempenho recente tenha sido apenas regular no quesito pontuação, o saldo ainda é muito positivo. Estamos dividindo a liderança com o Náutico, mantendo uma margem de relativa segurança para o quinto colocado, porém agora com a gordura queimada. Se o excessivo número de empates nos impediu de estar numa condição melhor na tabela, ao menos evitou a aproximação dos adversários.
Atingimos 47% dos pontos necessários para o acesso, com três jogos ainda para disputar neste primeiro turno (Brasil/RS, CSA, Ponte Preta). Na partida contra o lanterna Brasil/RS na próxima quarta feira, no absurdo horário das 16h, estaremos desfalcados de um dos principais responsáveis pelo crescimento do Coritiba na temporada ao lado do zagueiro Henrique, o meia Robinho. Em seu lugar, entrará seu substituto natural, o craque Rafinha.
Confesso que tem sido estranho ver Rafinha ocupando o banco de reservas nestas últimas partidas. Durante toda sua história vitoriosa no Coritiba, Rafinha sempre foi a estrela do time, o jogador diferenciado, o cara do toque refinado, do passe qualificado. Nos acostumamos a ver o jogador como um titular acima de qualquer dúvida, torcendo para ele nunca machucar, pois sua falta seria muito sentida. Mas como Rafinha é um ser humano e também tem seus limites é até natural que a idade avançada não permita que ele desempenhe no mais altíssimo nível que nos acostumamos a ver. Ainda assim, nesta temporada o jogador já mostrou que tem muita lenha pra queimar, e que pode contribuir muito para o retorno a primeira divisão.
Penso que deve estar sendo muito difícil para Rafinha estar frequentando o banco de reservas. E não podemos tirar a razão do treinador. O jogador, que foi tão fundamental nas últimas duas temporadas oscilou como qualquer outro, perdendo espaço diante do crescimento do amigo Robinho. Como seu vigor físico não é o mesmo de 10 anos atrás, Morínigo tem sido coerente em não usa-lo na posição de lado, até porque Waguininho e Igor Paixão estão cumprindo muito bem as suas funções dentro de campo. Restou a Rafinha disputar a posição de meia central, posição mais apropriada pra ele flutuar com liberdade e mostrar sua qualidade técnica, alimentando a Léo Gamalho.
Porém, no alto de seus 38 anos, Rafinha parece estar precisando desafiar a si mesmo. Nada irá impedir que o atleta retome seu espaço e seu protagonismo a não ser o próprio jogador. Talvez tenha chegado o momento da carreira do ídolo que é preciso entender que o banco não é nenhum demérito pra ninguém, e que nunca é tarde testar seus limites. Mesmo numa temporária suplência, o craque pode ter um papel crucial para o sucesso de um elenco, como aconteceu Tcheco em 2011, liderando o grupo ou atuando em momentos difíceis, quando a experiência é fundamental.
Na próxima quarta, com a suspensão de Robinho, Rafinha vai ter a oportunidade dar uma resposta a algumas críticas um tanto desproporcionais que tem ocorrido nos últimos dias e demonstrar mais uma vez sua qualidade e comprometimento com a camisa do Coritiba. O craque sabe que tem performado abaixo do que pode, e sabe também que ele precisa se reinventar e se superar pra voltar a ser decisivo para o time. Capacidade não lhe falta. Só depende dele.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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